A sífilis adquirida é uma infecção sexualmente transmissível, cujo agente etiológico é a bactéria Treponema pallidum. Caracteriza-se por manifestações clinicas diversas e em diferentes estágios, sendo que a transmissão nos estágios primário e secundário são maiores. Dessa forma, torna-se relevante os achados epidemiológicos, já que somam mais de 908 mil casos diagnosticados no Brasil na última década. O diagnóstico de sífilis é realizado pela correlação entre dados clínicos, resultados de testes laboratoriais, histórico de infecções anteriores e exposição recente. Somente o conjunto de todas essas informações proporcionará uma correta avaliação diagnóstica de cada caso para promover um tratamento adequado. O paciente sifilítico é tratado conforme o estadiamento da doença, sendo a Benzilpenicilina benzatina a primeira escolha terapêutica para sífilis recente e/ou tardia e Benzilpenicilina cristalina para a neurossífilis. A prevenção é feita através do uso de preservativos durante todas as relações sexuais, sendo relevante a educação em saúde. Embora tenha tratamento e cura, observa-se dados significativos relacionados a sua disseminação e comorbidades. O trabalho tem o objetivo de analisar a quantidade e as variáveis dos casos diagnosticados de sífilis adquirida nas centrais de atendimento, como unidades básicas de saúde e hospitais do Brasil no período de 2011 a 2021. Trata-se de um estudo epidemiológico, quantitativo e retrospectivo com coleta de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS. A pesquisa foi realizada por meio de informações epidemiológicas e de morbidade no grupo de Doenças e Agravos de Notificação – 2011 em diante (SINAN Net). Foram analisados os dados disponíveis pelo CID 10 de sexo, faixas etárias, raças e número de casos por região do país. Nessa pesquisa foram levantados no período estudado, tendo como resultado um total de 908.655 mil casos de sífilis adquirida no Brasil. Em relação ao sexo, predominou o gênero masculino com 60,27% do total dos casos diagnosticados. Das faixas etárias, há prevalência entre 20 a 39 anos com 56,96%, seguido das faixas entre 40 a 59 anos com 24,01% dos casos. No tocante as raças, 37,09% são brancos, 35,66% pardos, 9,97% pretos, 0,83% amarelos, 0,53% indígenas e 15,92% os outros não declarados. Ademais, das regiões destacam -se o Sudeste com 51,75% do total dos casos, seguida da região Sul com 22,43% do total de casos diagnosticados. Além disso, 73,47% do total dos casos diagnosticados foram confirmados e 22,38% foram inconclusivos. Todavia, para uma enfermidade que há tratamento, somente 47,92% do total diagnosticados evoluiu para a cura. Nesse viés, ressalta-se como o estudo da epidemiologia da sífilis adquirida é essencial na compreensão do número de casos, assim como dos agravos de sua evolução, com o intuito de prevenir o contágio por essa mazela. Diante dos dados supra mencionados, infere-se que essa doença tem prevalência em indivíduos do sexo masculino, na faixa etária entre 20 a 39 anos e em indivíduos de raça branca. Além disso, a sistematização da assistência à saúde através da educação em saúde e da adesão ao tratamento são fundamentais para minimizar, tanto a disseminação como a evolução da sífilis.