A integridade pública tem percorrido um caminho amplamente pavimentado por legislações e recomendações. Entretanto, no âmbito do campo de estudo, é apontada ora como sinônimo de compliance, ora como de anticorrupção, sendo frequentemente associada a temas como governança, ética, transparência, accountability e gestão de riscos. Mas o que é a integridade, afinal? Que relações cabe estabelecer entre esses conceitos e quais seriam suas fronteiras? Tais imprecisões, aliadas ao uso retórico do termo visando apenas à legitimação da gestão pública, podem causar o efeito oposto ao almejado pelo fenômeno. Assim, faz-se premente a ampliação do debate científico acerca do tema para que, em vez de receber o rótulo de panaceia, a integridade seja compreendida, gerida e avaliada em seus matizes. Afinal, seu potencial é imenso para – enquanto arranjo normativo de princípios e regras – gerar reflexos na gestão e cultura organizacionais e, por conseguinte, noalcance do interesse público.