“…O oposto desse impulso também incita no homem a dimensão apolínea da vontade, isto é, a vontade de medir, calcular e analisar as coisas, princípio correspondente às ciências positivas, a qual Bachelard -no voo ascensional enquanto alhures e superação, rumo ao além-do-homem; Lyotard -em sua interpretação do navegar sobre os oceanos enquanto risco de perecimento, esperança e glória, ao encontrar ilhas e terra incógnita; Deleuze e mais uma vez Heidegger -ao interpretar o deserto nietzschiano, não só como austeridade e sofrimento, mas o estar desacompanhado de seus pares (pensadores ocidentais-europeus) para então pensar profundamente aquilo que deve ser pensado, em total solidão (Günzel, 2003 Retomando ao cerne da cosmologia nietzschiana, vale a pena retomar que o mundo, para Nietzsche (2011aNietzsche ( , 2011b, não tem ordem, origem ou fim, tão pouco a vontade de potência se assemelha aos princípios tradicionais, universais e rígidos da metafísica, a exemplo da razão, espaço, tempo, substância, átomo, essência, Deus, Ser ou coisa-em-si, entre tantos outros. A atenção que Nietzsche dá ao mundo das coisas concretas como único plano efetivo de existência também não se trata de uma inversão platônica como posto por Heidegger (2010).…”