Níveis de Materialismo e Endividamento: Uma Análise de Fatores Socioeconômicos na Mesorregião Central do Estado no Rio Grande Do Sul

Abstract

ResumoO presente estudo teve como objetivos investigar a relação entre o comportamento materialista e o endividamento e analisar a diferença das variáveis socioeconômicas em relação a esses dois componentes. Os dados foram coletados na mesorregião central do Estado do Rio Grande do Sul através de uma pesquisa survey que contemplou 1.856 indivíduos. A análise fatorial exploratória indicou a formação de dois fatores para o materialismo. O primeiro, centralidade e sucesso, apresentou média de 2,13 e o segundo, felicidade, média de 3,11. Tais resultados indicam que na amostra pesquisada há discordância quanto ao fator centralidade e sucesso e indiferença quanto ao fator felicidade. A maioria dos entrevistados possui dívida, mas mesmo com alguma dificuldade arcam com seus compromissos financeiros. Os testes de diferença de mediana evidenciaram que os indivíduos mais propensos a contrair dívidas são mulheres, com mais de 38 anos, separadas ou viúvas e com renda mensal de até três salários mínimos. O teste de Spearman sugere uma correlação positiva entre o fator felicidade e a variável endividamento, revelando que indivíduos que atrelam o consumo a felicidade tendem a endividar-se mais. Palavras-chave:Endividamento, Materialismo, Consumo.

Quem forma Gestores? Evidências da formação coletiva do Gestor a partir das Finanças Pessoais e a concepção de Habitus em Bourdieu

“…O endividamento é o resultado do processo de contrair uma ou mais dívidas que são geradas a partir da utilização do capital de terceiros. Sendo assim, qualquer pessoa que tenha assumido um saldo devedor estará endividada, ainda que cumprindo com as obrigações de pagamento de parcelas (VIEIRA et al, 2014). O sobre-endividamento ocorre quando o indivíduo não consegue cumprir suas obrigações com seus credores, podendo ser passiva quando ocorre independentemente do comportamento de consumo do sujeito, sendo originado por acontecimentos inesperados não previsíveis.…”

“…O sobre-endividamento ocorre quando o indivíduo não consegue cumprir suas obrigações com seus credores, podendo ser passiva quando ocorre independentemente do comportamento de consumo do sujeito, sendo originado por acontecimentos inesperados não previsíveis. E ativa, quando é fruto de uma ingerência das finanças pessoais, sendo o comportamento do sujeito determinante para que o sobre-endividamento tenha ocorrido (VIEIRA et al, 2014).…”

“…O questionário foi construído com base em instrumentos já aplicados em pesquisas com temas análogos, como os trabalhos de Conto (2016), Vieira, Betaglia e Sereia (2011) e Lucci et al (2006), bem como com questões de formulação própria tendo por base o referencial teórico deste trabalho.…”

Endividamento: buscando as motivações comportamentais e os impactos na saúde

“…O endividamento entende-se como sendo o resultado do encontro de diversos fatores e que suas consequências vão além de questões financeiras, sendo um problema de ordem social (Keese & Schmitz, 2010;Keese & Schmitz, 2014;Slomp, 2008) 2017, Gathergood (2012), Turumen e Hiilamo (2014), e nacionais de Nogueira et al, (2017), e Vieira et al, (2014). Bemel et al, (2016) (Souza et al, 2017); e como uma situação positiva, sendo um processo de antecipação de rendimentos, quando realizada por meio de planejamentos e objetivos, visando a realização de empreendimentos e/ou aquisição de ativos produtivos, podendo gerar benefícios para a economia, como investimentos, emprego e renda (Santos, 2008).…”

“…Indivíduos materialistas projetam uma expectativa de vida aquém da sua realidade e são conscientes disso (Garoarsdottir, Dittmar, & Aspinall, 2009;Otero-Lopez, Pol, Bolano, & Marino, 2011;Richins & Dawson, 1992;Sirgy, 1998) o que os torna mais deprimidos (Norris & Larsen, 2011), estressados (Burroughs & Rindfleisch, 2002), ansiosos (Kashdan & Breen, 2007), e apresentando baixa autoestima (Richins & Dawson, 1992). Esses indivíduos acabam atrelando o consumo à felicidade e tedem a endividar-se mais (Vieira, Flores, Kunkel, & Campara, 2014).…”