Justificativa e Objetivo: A caracterização da constipação orienta uma abordagem preventiva. O estudo tem por objetivo conhecer as características da constipação nas crianças atendidas em ambulatório especializado. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo e descritivo, com aplicação de questionário durante o primeiro atendimento ambulatorial de gastroenterologia pediátrica, entre agosto de 2014 a outubro de 2015. Na seleção dos pacientes utilizou-se os critérios de ROMA IV e relato de hematoquezia e disquezia. Realizou-se um perfil clínico-epidemiológico das crianças, prevalência dos principais sintomas, comorbidades e tratamentos prévios. Na história alimentar incluiu-se questões sobre satisfação dos pais/responsáveis quanto a ingestão de alimentos e líquidos pela criança. A análise e o processamento dos dados foram realizados com o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 22.0. Resultados: Queixas de constipação ocorreram em 29% dos novos pacientes. Média de 4,3 anos com início dos sintomas, majoritariamente no primeiro ano de vida (71,0%). A principal comorbidade foi alergia alimentar e 77,6% já realizavam tratamento. Amamentação exclusiva não ocorreu em 19,4%. A média da idade de introdução da fórmula foi 4,89 meses. A introdução de leite de vaca na dieta foi em média aos 9 meses. A ingestão de frutas e legumes, considerada satisfatória em 25,8% e de água em 57%. Conclusão: O estudo mostrou que crianças com constipação intestinal de um ambulatório especializado apresentam elevada prevalência de início já no primeiro ano de vida. O estímulo ao aleitamento materno e adequada orientação alimentar no desmame ainda é considerada a melhor forma de prevenção.