O presente trabalho tem como objetivo introduzir uma análise unificada para dois fenômenos envolvendo a categoria pessoa: impostores nominais, expressões nominais com leitura pessoal, e pronomes impostores, formas pronominais pessoais com leitura impessoal. Baseado na estrutura referencial de Collins e Postal (2012), e da estrutura do DP pronominal de Orlando e Saab (2021), proponho uma análise em que as expressões impostoras possuem traços pragmáticos participantes aos quais a estrutura sintática é sensível, a saber: [AUTOR] e [DETINATÁRIO]. Esses traços, no entanto, diferem dos traços-phi de 1ª e 2 ª pessoas, estes responsáveis apenas pela operação de concordância. Assim, há uma assimetria na configuração dos DPs impostores: enquanto as expressões-R impostoras não apresentam traços-phi de pessoa, o que bloqueia a morfologia pessoal na concordância sentencial dessas expressões, os pronomes impostores carecem dos traços pragmáticos participantes, impedindo uma leitura referencial. Esses traços pragmáticos são computáveis em uma projeção sintática responsável por ligar os nominais às relações discursivas: GroundP (RITTER; WILTSCHKO, 2019). Por fim, demonstro que os impostores nominais e pronominais têm seus traços participantes valorados na posição de especificador de dois núcleos funcionais acima do DP, que são responsáveis pelas leituras de falante e destinatário.