RESUMOEstudo transversal realizado em oito escolas públicas e particulares do Riacho Fundo, (Distrito Federal),com escolares deseis a 12 anos, com o objetivo de avaliar a frequência de ida e permissão para uso do toalete na escola, sob a perspectiva do escolar, assim como mensurar a taxa de ocorrência e o impacto da experiência de ter tido alguma vez na vida um evento de perda urinária no contexto escolar. A coleta de dados incluiu entrevista por meio de perguntas-chave desenvolvidas pelas pesquisadoras. A análise dos dados incluiu técnicas básicas de análise exploratória de dados como,frequência absoluta e relativa, calculadas no programa Statistical Package for the Social Sciences. Das 86 crianças participantes da pesquisa, 73% (n=63) relataram irtodos os dias ao toalete escolar, ao passo que as que afirmam não utilizar o toalete apontaram como justificativas a falta de vontade, a falta de papel higiênico nos toaletes e a falta de privacidade ou problema com as portas. Quanto à permissão para o uso do toalete, 66% (n=57) afirmaram poder ir sempre que tivessem vontade. A experiência de perda urinária na escola foi relatada por17 (20%) crianças e apresentou impacto altamente negativo sob a perspectiva do escolar.Palavras-chave: Micção. Saúde escolar.Enfermagem pediátrica.
INTRODUÇÃOO desenvolvimento infantil é um processo contínuo e progressivo que ocorre nos diversos contextos (sistemas) e em um determinado tempo (1) . Dentre os microssistemas que exercem influência sobre o desenvolvimento da criança, a escola é loccus direcionado para o desenvolvimento humano, tanto cognitivo, e social, quanto comportamental. Desta forma, o comportamento relacionado ao toalete e os hábitos miccionais são construídos também com a influência deste ambiente.A escola proporciona interações com outras crianças, professores e demais funcionários; a criança aprende não somente disciplinas curriculares, mas, também, à regras de convivência e institucionais. O Programa de Saúde na Escola, em seus documentos oficiais, aponta também o papel da escola como promotora de hábitos de vida saudáveis (2) . Os hábitos de vida além de serem regidos por uma cultura, um contexto e um tempo, quando se remete ao conceito de eliminação urinária infantil, este "hábito" também passa a ser considerado uma necessidade fisiológica, que pode ser modulada por aspectos sociais e culturais, ou seja, a eliminação urinária é vista como um hábito/comportamento, mas, sobretudo, como uma necessidade humana básica (3) . Os Sintomas do Trato Urinário Inferior (STUI) são caracterizados pela modificação da dinâmica vesical, quer seja no armazenamento ou esvaziamento vesical, ou incontinência urinária diurna, sintoma caracterizado pela perda de urina durante o dia (4) . O problema tem um impacto emocional e social significativo para a criança. Estudo realizado com professores a respeito dos hábitos miccionais no ambiente escolar mostrou que 63% dos entrevistados afirmaram que seus alunos escondem ou evitam comentar sobre perdas urinárias ou fecais, o que mostra o imp...