Este artigo tem como objetivo a análise dos atuais critérios diagnósticos para a sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC), visto que ainda não há um protocolo bem definido para a investigação desta condição clínica, pautando apenas na exclusão de outras patologias como a doença celíaca e alergia ao trigo. Foram utilizados como descritores de busca as seguintes palavras: hipersensibilidade a trigo, diarreia, dor abdominal, dieta livre de glúten. Foram aplicados os operadores booleanos AND e OR, utilizados nos seguintes bancos de dados: Scielo e PubMed. Por fim, foram incluídas as publicações em língua portuguesa e inglesa no período compreendido nos últimos cinco anos, entre janeiro de 2019 a abril de 2024. A apresentação clínica da SGNC envolve uma variedade de sintomas, incluindo tanto sintomas intestinais quanto extraintestinais. Esses sintomas geralmente surgem após a ingestão de glúten/trigo e melhoram com sua interrupção. Os principais mecanismos fisiopatológicos da SGNC diante da exposição intestinal ao glúten e polifenóis descritos foram: resposta inflamatória imediada pelo glúten; disfunção da barreira intestinal; disbiose intestinal; resposta inflamatória imune. A remoção do glúten ou do trigo da dieta apresentou-se uma medida reforçada por muitos autores, de maneira que se apresenta como uma abordagem eficaz para o tratamento da SGNC. A falta de biomarcadores específicos e a inespecificidade dos sintomas tornam o diagnóstico uma tarefa difícil e muitas vezes baseada na exclusão de outras patologias relacionadas ao glúten. Por fim, a dieta sem glúten enfrenta dificuldades na adesão a longo prazo, custos elevados dos alimentos, além da possibilidade de provocar deficiências nutricionais. Além disso, a reintrodução controlada do glúten e a consideração da tolerância individual destacam a necessidade de uma abordagem personalizada e multidisciplinar no manejo da SGNC.