RESUMO -O objetivo desse trabalho foi recobrir partículas de areia com quitosana pelo método de imersão ("dip-cating") e comparar a influência da matriz SiO 4 no resultado final do processo de recobrimento, usando como parâmetro de comparação esferas de vidro. As partículas passaram pela etapa de preparação da superfície, após foram submetidas ao processo de recobrimento e posteriormente submetidas à etapa de cura. Foram avaliadas partículas com 1mm de diâmetro, com efluente contendo corante amarelo tartrazina em concentração inicial de 85 mg L -1 , com uma vazão de alimentação de 5 mL min -1 em pH 3,0. Os resultados mostraram que a pureza da matriz SiO 4 , influenciou diretamente no processo de recobrimento da superfície por quitosana, apresentando um desempenho 40% inferior quando comparado com a matriz SiO 4 pura (vidro) na massa de quitosana retida/massa de partículas e um desempenho 30% inferior na capacidade de adsorção. Esse efeito deve-se ao fato de que as impurezas presentes na areia (metais) modificam o arranjo estrutural dos átomos, dificultando a interação da superfície da partícula com a quitosana.
INTRODUÇÃOA adsorção é uma operação unitária que apresenta boa relação custo-benefício para a remoção de corantes, íons metálicos e compostos orgânicos de efluentes industriais que apresentam concentração na faixa de 1 a 1000 mg L -1 (Guibal, 2004). É uma técnica amplamente utilizada em escala laboratorial em sistemas operando em batelada, pois é de fácil aplicação e fornece informações importantes sobre a interação entre adsorvente e adsorbato. Porém, em escala industrial a operação ocorre normalmente em sistemas contínuos que operam em colunas (Gerente et al., 2007).Vários adsorventes alternativos vêm sendo estudados e entre eles a quitosana apresenta lugar de destaque como um promissor adsorvente, sendo ela hidrofílica e possuindo um grande número grupos funcionais amino (-NH 2 ) e hidroxila (-OH), que são responsáveis pela propriedade de adsorção desse biopolímero (Sankararamakrishnan et al., 2007). Entretanto, a utilização da quitosana na forma de pó como recheio em colunas de leito fixo é desaconselhável devido às características da partícula (densidade, formato e tamanho), pois há fortes limitações hidrodinâmicas ao sistema devido à perda de carga e obstrução. Porém a imobilização da quitosana em superfícies é uma alternativa para contornar esse problema (Guibal, 2004).