O Processo de Enfermagem (PE) sistematiza o raciocínio clínico e a tomada de decisão diagnóstica sobre as respostas do paciente aos problemas e processos de vida. É um instrumento metodológico para o planejamento da assistência e documentação do cuidado. Compreender a percepção da(o) enfermeira(o) acerca da documentação do Processo de Enfermagem em uma instituição filantrópica de saúde. Específicos: Caracterizar o perfil sóciodemográfico e profissiográfico dos enfermeiros da instituição filantrópica de saúde que operacionalizam o PE; Identificar se faz o PE e qual (is) etapas do PE são documentadas pelos enfermeiros; Identificar qual arcabouço teórico sustenta o PE; Descrever os fatores que os enfermeiros identificam que desafiam e/ou contribuem na operacionalização e documentação do PE; Identificar o interesse do enfermeiro em se qualificar acerca do Processo de Enfermagem. Estudo de abordagem quantitativa e qualitativa, exploratória, descritiva e transversal, aprovado pelo CEP com Parecer Consubstanciado n° 6.066.727. Amostra constituída por 25 enfermeiros, tendo como critérios de inclusão: possuir curso de graduação em enfermagem, com registro profissional ativo no Conselho Regional de Enfermagem e atuar como enfermeiro assistencial ou gerencial na instituição filantrópica de saúde de Itajubá. A coleta de dados foi norteada por um roteiro de entrevista e um questionário sociodemográfico e profissiográfico, semiestruturado. Os dados coletados foram transcritos e analisados à luz de Bardin. Quanto às características sociodemográficas, 96% dos participantes eram do sexo feminino, com a média de idade de 30,56 anos, sendo 56% casados. Quanto às características profissionais, verificou-se que quanto ao tempo de formação dos enfermeiros, obteve-se uma média de 7 anos e 8 meses. Entre os entrevistados, 13 (52%) possuem, como maior nível de formação a especialização, na área de Unidade de Terapia Intensiva são (31%) e (24%) estão atuando em sua maioria na Enfermaria. As fases do PE mais frequentes operacionalizadas e documentadas pelos enfermeiros foram Evolução de Enfermagem (6%), Diagnóstico de Enfermagem (5,6%), Coleta de dados (5,6%) e Prescrição de Enfermagem (4,8%). No tocante ao arcabouço teórico que sustenta o PE na instituição, a teoria da Wanda de Aguiar Horta foi a mais mencionada. No que diz respeito aos fatores que desafiam o enfermeiro na operacionalização e documentação do PE, destacaram-se a falta de tempo; o distanciamento dos referenciais teóricos aprendidos na graduação em enfermagem; ausência de educação permanente e dificuldade em manusear as terminologias padronizadas, na prática. Quanto aos fatores que contribuem para a operacionalização e documentação do PE, o prontuário eletrônico foi o que os enfermeiros mais consideraram. Foi possível compreender o Processo de Enfermagem como ferramenta que instiga o enfermeiro a buscar capacitação e foi traçado um diagnóstico institucional. É de suma importância que as informações em saúde feitas em prontuário de papel ou nos Registros Eletrônicos de Saúde, sejam exigidas e praticadas nas instituições em saúde. Os cursos de graduação em enfermagem, tanto em faculdades privadas, quanto nas universidades, devem se atentar para as disciplinas de Processo de Enfermagem, exercício de enfermagem e legislação, assim como ter em seus currículos o enfoque em educação da ciência de dados e informática em saúde.