A população trans sofre rotineiramente com situações de preconceito e afastamento dos serviços de saúde. Uma assistência fragmentada, voltada às questões biomédicas desempenha grande papel nesse afastamento. O enfermeiro, nesse contexto, deve ofertar cuidado integral, que leve em conta a cultura desses indivíduos. Este trabalho objetivou a construção de um protocolo de enfermagem para apoio ao atendimento às pessoas trans no âmbito da Atenção Primária. Trata-se de um estudo metodológico, com discussão a partir da Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural, de Madeleine Leininger. A busca na fase de revisão de literatura foi realizada na plataforma Periódicos CAPES e totalizou em 13 artigos, após a aplicação dos critérios de inclusão/exclusão. A literatura evidencia que apesar de políticas de saúde específicas, as demandas de saúde dessa população não são completamente supridas, pois há foco no processo transexualizador, ignorando quase completamente as questões culturais. É impreterível que haja o diálogo entre indivíduo e enfermeiro para que o conhecimento científico e o conhecimento popular se alinhem no planejamento de ações de saúde. Para isso, o protocolo foi construído para abordar as questões relacionadas à prática profissional na Atenção Primária: Acolhimento, Consulta de Enfermagem e Educação em Saúde. Dessa forma, propõe fortalecimento do processo de tomada de decisão pelo enfermeiro, como também serve de base para a discussão a respeito das práticas que vem sendo realizadas.