RESUMO: O câncer colorretal tem alta incidência populacional e alto índice de mortalidade, com diferenças pouco relevantes entre os povos de diversas nações, como atestam os estudos epidemiológicos dessa doença. Embora a abordagem médico-cirúrgica do câncer colorretal tenha sido favorecida pelos novos conhecimentos adquiridos com a engenharia genética, pelos progressos que aprimoraram o tratamento, principalmente na área de neo-adjuvância, com as inovações nos aparelhos de radioterapia e com a constante introdução de novas e potentes substâncias quimioterápicas, o prognóstico da doença continua sombrio. Todavia, dados colhidos em estudos sobre a biologia do tumor -sua origem, crescimento e desenvolvimento e comportamento biológico -têm acenado para a possibilidade de cura quando os métodos preventivos, em prática, facilitam a abordagem precoce da lesão. Nesse contexto, o câncer colorretal é passível de cura, podendo, inclusive dispensar, para tanto, o tratamento adjuvante ou aliviar o paciente da abordagem cirúrgica mutilante. Assim, o maior esforço posto em ação no início desse século está sendo representado pelos movimentos de educação popular em massa para a prevenção do câncer de reto e dos cólons com incentivo para o teste de sangue oculto nas fezes.
Descritores
INTRODUÇÃO -ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOSA ocorrência estimada de câncer de cólon, para 2008, nos Estados Unidos foi de 108.070 casos novos que somados aos previstos 40.740 cânceres de reto para o mesmo ano, num total de 148.810 casos, classifica o adenocarcinoma colorretal em terceiro lugar dentre os mais comuns, afetando tanto os homens como as mulheres 1, 2 , tal como na Europa 3 .No Brasil, embora publicada pelo Inca, a estatística não é de fácil acesso; tem discrepâncias notá-veis que parecem expressar distorções regionais o que tornam pouco aceitáveis os números relatados 4, 5 .Apesar do que se observa nos Estados Unidos, a taxa de incidência tem diminuído nas últimas décadas -avaliada em 66,3/100.000 pessoas, em 1985, caiu para 48,2, em 2004. Esse declínio foi mais acentuado nos últimos anos, provavelmente por causa das campanhas e das buscas ativas, que permitiram as descobertas e retiradas precoces de pólipos antes da transformação maligna 1 .Dados semelhantes têm sido observados em relação à mortalidade cuja taxa de declínio foi de 1,8 % por ano, no período compreendido entre 1985-2002, para 4,7% entre 2002 e 2004, refletindo o melhor tratamento, principalmente em termos de abordagem antecipada, reflexo da mais eficiente prevenção 1,6 , não só fazendo a detecção precoce, nos casos em que o câncer está na fase mais inicial de desenvolvimento, como a detecção prévia em que a lesão atingida é, ainda, um adenoma. Além disso, a enfática descrição e divulga-