OBJETIVO: Estimar as prevalências de sobrepeso e obesidade e identificar fatores sociodemográficos associados a estes desfechos, em residentes de Ribeirão Preto - SP, Brasil, em 2006. MÉTODOS: Estudo epidemiológico transversal, de base populacional, conduzido em adultos de ambos os sexos com 30 anos e mais. O processo de amostragem foi desenvolvido em três estágios, sorteando-se inicialmente 81 setores censitários e, subsequentemente, 1.671 domicílios e 1.205 elegíveis. A variabilidade introduzida na terceira fração de amostragem (sorteio de elegíveis) foi corrigida pela atribuição de pesos, originando amostra ponderada de 2.197 participantes. O estado nutricional foi classificado em três categorias (eutróficos, sobrepeso e obesos), utilizando-se os pontos de corte para o Índice de Massa Corporal (IMC), recomendados pela Organização Mundial da Saúde-2000. Para a investigação de fatores associados ao sobrepeso e à obesidade, utilizou-se a regressão de Poisson, obtendo-se razões de prevalência que foram estimadas por pontos e por intervalos com 95% de confiança. RESULTADOS: A prevalência de sobrepeso foi mais elevada entre os homens (49,7%) que entre as mulheres (33,7%), ocorrendo o inverso em relação à obesidade, nas mulheres, cuja prevalência (27,5%) ultrapassou a dos homens (19,1%). Nos modelos finais, ao se considerar o "sobrepeso", permaneceram como fatores positivamente associados: as faixas etárias de "50 a 59 anos" e "60 anos e mais"; o "1º terço" de renda e "viver com companheiro(a)". Em relação ao sexo, ser do sexo feminino constituiu-se em fator de proteção para este desfecho. Para a "obesidade", todas as categorias de idade e o estado marital permaneceram positivamente associados a este desfecho. CONCLUSÃO: Além da elevada prevalência de sobrepeso e obesidade no município, a detecção de diferentes conjuntos de variáveis sociodemográficas associadas aos componentes do excesso de peso indica a necessidade de estratégias específicas de intervenção sobre estes grupos, tendo em vista a promoção da saúde e a prevenção de doenças crônico-degenerativas, na população.