-INTRODUÇÃOO milho é um dos três cereais mais consumidos no mundo, responsável pelo fornecimento de aproximadamente 15% das proteínas de origem vegetal e 19% do total das calorias fornecidas pelos alimentos [16].O Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo, com mais de 30 milhões de toneladas sendo colhidas anualmente [1]. São cerca de 22,5 milhões de toneladas de amido, 2,6 milhões de toneladas de proteínas e 1,2 milhões de toneladas de óleo fornecidos por esse cereal [5]. Tais valores representam um valor energético e protéico inestimável, especialmente em dietas onde predominam as associações cereais/leguminosas.Entretanto, a proteína do milho é deficiente em lisina e triptofano e apresenta excesso de leucina [26]. Este é um problema que se tentou resolver por meio de suplementação com aminoácidos sintéticos, mas os altos custos dos produtos enriquecidos tornaram inviável esta solução [21].Em 1963, pesquisadores da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, descobriram um gene mutante de milho (então denominado Opaco 2) com pelo menos duas vezes mais lisina que o milho normal e alto teor de triptofano. Entretanto, associadas a este gene, estavam algumas características indesejáveis, como baixa densidade do grão, fazendo com que a versão opaca fosse sempre um pouco menos produtiva que a normal; alta suscetibilidade a pragas e doenças, tanto no campo quanto armazenado; tempo de secagem mais longo que o do milho comum; aparência opaca do grão, diferente do aspecto vítreo com o qual os produtores estavam acostumados. Devido a esses fatores, o cultivo de milho opaco foi praticamente abandonado em meados da década de setenta [14].
RESUMOAtualmente já não existem mais dúvidas sobre o potencial nutricional dos milhos QPM na alimentação humana. No entanto pouco se conhece sobre os milhos QPM (Quality Protein Maize) na produção de alimentos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da adição de diferentes variedades de milho nas características de aparência, aroma, sabor e textura de bolo de fubá utilizando análise descritiva quantitativa. Sete formulações foram avaliadas por uma equipe de provadores treinados, onze atributos sensoriais foram definidos. Após um período de treinamento, os provadores avaliaram as amostras através de delineamento de blocos incompletos balanceados usando escala não estruturada de 9cm. As mesmas foram também avaliadas em relação a aceitabilidade através da escala hedônica de 9 pontos, por 70 consumidores de bolo de fubá. Os resultados foram analisados através da ANOVA seguida pelo teste de Tukey. As amostras apresentaram diferença significativa (p<0,05) em todos os atributos avaliados. As formulações diferiram quanto à aceitabilidade (p<0,05). Estas se situaram entre os termos hedônicos gostei ligeiramente e gostei moderadamente Palavras-chave: milhos QPM; bolo de fubá; análise sensorial e análise descritiva quantitativa.
SUMMARYEFFECTS OF QPM ADDITION ON THE SENSORY CHARACTERISTICS OF CAKE MAIZE. There are no doubts about the nutritional potential of the QPM maiz...