“…Para além das vicissitudes presentes na constituição e manutenção dos espólios arquivísticos e acervos materiais durante a própria actividade das organizações editoriais e livreiras, coloca-se a questão da sobrevivência desses espólios e acervos a essa actividade, quando as entidades encerram portas ou quando mudam de mãos. Posicionando a análise sob um ângulo internacional, sublinhe-se que as próprias tradições institucionais de salvaguarda, quando existem, não são idênticas, e o assunto tem sido objecto de discussão, tanto no universo anglo-saxónico (especialmente nos Estados Unidos da América, onde é possível encontrar um número já razoável de arquivos históricos de editores, mas muito menos de livreiros, bem depositados essencialmente em universidades e fundações), como em países da Europa continental (avultando casos significativos como o francês IMEC, Institut Mémoires de l'Édition Contemporaine, ou o italiano Fondazione Arnoldo e Alberto Mondadori) ou mesmo da América Latina, com destaque para algumas experiências brasileiras interessantes e com evidentes possibilidades de expansão (Medeiros 2018), como o Centro de Memória e Pesquisa Histórica da UNIFESP, Universidade Federal de São Paulo (Rodrigues, Miranda e Toledo 2015).…”