Introdução: O Diabetes Mellitus é um distúrbio metabólico que promove elevação glicêmica persistente, associado a complicações macro e microvasculares, dentre as quais se destacam o pé diabético – principal causa de amputação não traumática de membros inferiores no país. Relato do caso: Este estudo objetiva descrever a evolução de úlceras do pé diabético em um paciente socioeconomicamente vulnerável tratadas através de um plano de cuidados baseado em evidências e adequado à realidade local, em um bairro de Vitória, Espírito Santo. O assistido foi uma pessoa de 60 anos de idade, com complicações micro e macrovasculares originadas da doença, com seis feridas em membro inferior direito, atendido de agosto a novembro de 2023 em uma Unidade de Saúde da Família, em Vitória, Espírito Santo. Anteriormente ao tratamento, a lesão maior apresentava exsudato serosanguinolento em moderada quantidade, tecido de granulação friável e hipergranulação, sinais clínicos indicativos de biofilme, esfacelo e necrose seca aderidos ao leito, além de bordas maceradas e com hiperqueratose. As outras lesões encontravam-se cobertas por tecido desvitalizado. Após 14 semanas de tratamento, observou-se que três feridas evoluíram para cicatrização completa, uma para redução em ¼ de sua área total e duas permaneceram estagnadas. Conclusão: O manejo adequado das úlceras do pé diabético, como evidenciado neste estudo de caso pela cicatrização total de três lesões e parcial de outras três após quatorze semanas, demonstra a importância de intervenções baseadas em evidências, mesmo quando aplicadas em contextos de limitações de recursos, vulnerabilidade socioeconômica e complexidade clínica.