O adoecimento da mulher: mudanças no viver após a cirurgia de estomização de eliminação intestinal

Abstract

Objetivou-se conhecer o processo de adoecimento que levou a necessidade de uma estomia de eliminação intestinal na mulher e as mudanças no viver após a cirurgia. Pesquisa descritiva, exploratória de cunho qualitativo. Participaram 20 mulheres estomizadas atendidas em um Serviço de Estomaterapia de um Hospital Universitário do sul do Brasil. Os dados foram coletados no primeiro semestre de 2022 por entrevistas semiestruturadas e submetidos à Análise de Conteúdo. Os aspectos éticos foram seguidos. Verificou-se um processo de adoecimento sofrido e longo marcado por sintomas, consultas e exames. A mudança corporal faz com que evitem alguns ambientes, modifiquem roupas e o modo como se alimentam. O medo de vazamentos altera suas rotinas. Evitam praias, piscinas e ambientes que possam causar o descolamento da bolsa. Ocorre falta de disposição e perda do dinamismo para as atividades cotidianas. Concluiu-se que o processo de adoecimento que leva à necessidade da estomização da mulher é complexo impondo-lhes profundas mudanças no seu processo de viver. É importante o papel da enfermeira, realizando ações de apoio durante todo esse processo.

Interfaces das estomias intestinais nos ciclos de vida

“…Dentre as causas mais comuns que leva a estomia intestinal em mulheres destaca -se as neoplasias, o que bate com os dados encontrados em outros estudos. Segundo o INCA, o câncer colorretal é o terceiro mais comum entre mulheres (perdendo apenas para o câncer de pele e de mama), além de doenças obstrutivas, acidentes como de trânsito e violência urbana (Santos et al, 2021;Machado et al, 2022).…”

“…O desenvolvimento da doença, em especial quando envolve uma estomia, pode ocasionar alterações no cotidiano, na estrutura familiar e conjugal, promove o rompimento de planos futuros e problemas financeiros que alteram a dinâmica de vida da mulher. A participação da família no plano terapêutico auxilia e fortalece os vínculos e trocas de saberes, auxiliando na melhoria da qualidade de vida da mulher, possibilitando-lhe o enfrentamento da situação (Machado et al, 2022).…”

“…O retorno à normalidade após uma estomia depende do apoio, estímulo e reforço encontrados durante o período de transição e adaptação entre as pessoas e profissionais que fazem parte do suporte social do estomizado. Nesse viés, o enfermeiro é considerado um agente importante no acompanhamento às pessoas com estomias, fornecendo-lhes informações e conhecimentos técnicos que as habilite a realizar seu próprio cuidado, adquirir os materiais e equipamentos necessários e viver com qualidade (Machado et al, 2022).…”