RESUMOO presente trabalho propõe uma reflexão sobre os sentidos do termo projeto e seus usos no discurso da arte contemporânea. Defende a importância de percebê-los como elementos se diferenciam, mas que têm articulações que auxiliam na compreensão do campo artístico atual. Assim, a investigação coloca questões sobre qual racionalidade é mobilizada pelos dispositivos projetuais ou, ainda, como eles incidem sobre os agentes do sistema de arte, sejam eles, artistas, críticos, curadores ou instituições, bem como esses mesmos agentes reagem a eles. A partir das noções de plano de imanência de Deleuze e de jogos de linguagem de Wittgenstein, mapeia-se um conjunto dos artigos publicados na Revista ARS, de 2003 a 2020. Nesses artigos, são Identificados oito sentidos principais do uso do termo projeto e, constituídas as articulações, é possível uma "visão panorâmica" desse conjunto, somada às características especificas do sistema de artes em São Paulo. A partir desse movimento, é empreendida uma análise sobre a racionalização social e seus desdobramentos na esfera de valor estético-expressiva. Para tanto, o estudo se desdobra, principalmente aos textos de Giulio Carlo Argan, Jürgen Habermas, Otília Fiori Arantes, Paulo Arantes e Sônia Salzstein. Por fim, a pesquisa acolhe a noção de sujeito projetado, elaborada por Hal Foster, para articular uma reflexão crítica sobre os sentidos do termo projeto no discurso da crítica de arte contemporânea brasileira.