RESUMO Objetivo: analisar o perfil de crianças e adolescentes encaminhados à avaliação fonoaudiológica e caracterizar o acesso destes usuários a este atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Métodos: estudo quantitativo descritivo-analítico, cujos dados foram obtidos de planilha com informações de usuários atendidos de maio/2013 a fevereiro/2020. Foi realizada análise descritiva das seguintes variáveis: sexo, idade na data do encaminhamento, queixa fonoaudiológica, ano do encaminhamento e do acolhimento, origem do encaminhamento, condutas pós-acolhimento e desfecho após terapia fonoaudiológica. As variáveis categóricas foram analisadas por meio de frequência e as variáveis numéricas por medidas de tendência central e dispersão. Para verificar a associação entre o tempo de fila de espera e o não comparecimento ao acolhimento fonoaudiológico, foi utilizado o teste de Mann-Whitney considerando 5% como nível de significância. Resultados: foram encaminhados 171 casos, a maioria do sexo masculino, entre 4 e 6 anos, com queixas de linguagem; 73,66% foram encaminhados por profissionais da UBS, principalmente pelo pediatra. Após a avaliação fonoaudiológica, 27,49% foram encaminhados para a níveis mais complexos de atenção à saúde. Dentre os 78 que iniciaram fonoterapia na UBS, 24,36% tiveram alta e 32,05% foram desligados por faltas. Houve relação estatisticamente significante na análise dos dados de tempo de fila de espera e o não comparecimento ao acolhimento fonoaudiológico. Conclusão: a atuação da Fonoaudiologia na Atenção Básica contribui com sua resolutividade, pois quando está presente neste nível do sistema de saúde, absorve grande parte das demandas.