“…De modo abrangente, considero que há seis eixos dentre os mais destacados por essa produção (na qual me incluo): 1) a compreensão da figura do usuário radical de crack como fenômeno urbano, identificado através de categorias pejorativas como noia (Gomes;Rui, 2014a), noiado (Cruz; Costa, 2017) cracudo (Brandão;Conceição, 2015;Lopes, 2015;Veríssimo, 2015), sacizeiro (Malheiros, 2013); 2) a descrição das dinâmicas e dos "fluxos" referentes às conformações de territorialidades itinerantes que foram sendo chamadas cracolândias por conectarem drogas, sujeitos, mercados, serviços de atenção e agentes punitivos Pereira, 2021;Sppagiari, 2010;Cavalcanti, 2013;Chizzolini, 2017;;Medeiros, 2010;Raupp;Rui, 2014bRui, e 2019Mallart, 2015b); 3) a análise das políticas sobre drogas, tanto as efetivadas na ponta junto aos usuários, travadas no contato com equipes e serviços de redução de danos (Alves, 2017;Araujo, 2017;Calil, 2015;Rui, 2014a;Valim, 2015), quanto as vislumbradas a partir da trama labiríntica de atenção e disputa terapêutica sobre o crack e a rua como problemas a serem geridos (Carriconde, 2019;Fromm, 2017;Martinez, 2016;Mattar, 2016;Menezes, 2016;Oliveira, 2012); 4) a crítica aos processos incriminatórios e repressivos que conformam, cada vez mais, o cotidiano e o perfil da população nas ruas do país (Canonico;Melo, 2016;Rui, 2017;Melo, 2016;Teixeira;Matsuda, 2012); 5) o estudo das mobilizações coletivas e políticas que possibilitam a resistência existencial e espacial desses sujeitos e territórios nas cidades (De Lucca, 2016;…”