O crédito no mundo dos senhores do café

A expansão cafeeira e o financiamento hipotecário: Sudoeste de Minas Gerais e Nordeste Paulista na Primeira República

“…A maior parte da historiografi a ainda salienta a escassez ou o pequeno emprego do crédito no fi nanciamento da produção de café. Os poucos trabalhos sobre o crédito para o café apontam grandes divergências com relação à origem dos capitais, compreendendo, de um lado, fazendeiros, capitalistas e comerciantes locais e, de outro lado, as casas comissárias, exportadoras e bancárias sediadas em grandes centros urbanos e até mesmo no exterior (Saes, 1986;Hanley, 2005;Teodoro, 2006;Faleiros;Teodoro, 2007;Pires, 2009;Faleiros;Fontanari, 2011). 1 O objetivo deste artigo é compreender, comparativamente, duas regiões cafeeiras dinâmicas e próximas, destacando as características semelhantes e salientando as diferenças na estrutura agrária e no fi nanciamento das atividades econômicas: Sudoeste de Minas Gerais e Nordeste Paulista.…”

“…Além disso, criava-se em média por ano 12 mil bovinos (São Paulo, 1888, p. 373). A ferrovia Mogiana atingiu primeiro Franca em 1887, apresentando um boom do café ao fi nal do século XIX e início do XX, porém mais tardio do que a área mineira (Teodoro, 2006;Oliveira, 1995;2016;Ferreira, 2005). Ademais, a mesma companhia ferroviária Mogiana servia as duas regiões, favorecendo a integração econômica, fi nanceira e demográfi ca bem como o escoamento das safras de café pelo porto de Santos.…”