O cuidado em saúde mental na atenção básica: uma cartografia

Abstract

Objetivo: cartografar o cotidiano do cuidado ao portador de transtorno psíquico, tendo como sujeitos os profissionais de uma unidade de saúde da família, bem como os de um núcleo de apoio à saúde da família. Método: investigação de natureza qualitativa, com participação de nove profissionais, do noroeste paulista em meados de 2013. Utilizou-se para coleta de dados o estudo de caso, o diário de campo, a entrevista semi-estruturada e o fluxograma analisador. O projeto foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: foram apreendidos e estruturados em três territórios, sendo, neste estudo, apresentado o território do fazer; evidenciaram-se dificuldades à possibilidade da reversão do cuidado, este embasado, ainda, no modelo médico hegemônico. Conclusão: houve entraves para a efetivação do vínculo, da responsabilização e do comprometimento desses profissionais para vislumbrarem avanços no cotidiano das práticas em saúde mental, o que dificulta a reabilitação psicossocial.

Análise do consumo de psicofármacos por usuários da Atenção Primária à Saúde

“…Com base nos achados da presente pesquisa, percebe-se a urgência de as equipes multiprofissionais repensarem as formas de atender e cuidar dos usuários em sofrimento mental na APS. Isso implica introduzir a possibilidade "de cuidar para além da terapêutica medicamentosa", ocupando-se dos indivíduos, e não apenas de sua doença 4 .…”

“…As mudanças preconizadas na assistência em saúde mental enfatizam ainda que o tratamento e o cuidado precisam deixar de significar apenas a prescrição de medicamentos e a aplicação de terapias. Os profissionais devem se ocupar dos indivíduos, e não apenas da doença que os acomete 4 , levando em conta os determinantes sociais de saúde, uma vez que estes podem impactar negativamente a saúde mental das pessoas e comunidades 5 . Porém, mesmo com a implantação desse novo modelo de cuidado, a literatura evidencia a prevalência do uso de psicofármacos em detrimento de outras terapêuticas para o tratamento do sofrimento mental e dos TMs, fazendo com que haja cada vez mais usuários desses medicamentos 6 .…”

Percepção dos enfermeiros da atenção básica sobre ações de saúde mental: Uma revisão integrativa

“…Nesse mesmo pensamento é possível enxergar que a APS é um local que assiste o indivíduo por completo, trazendo possíveis reflexões sobre ações que estejam condizentes com o problema, como também a Unidade de Saúde da Família (USF), torna-se a primeira porta de entrada dos indivíduos, sendo porventura o primeiro contato do usuário à rede de cuidados frente a saúde, focando em sua coletividade social (Ribeiro, et al, 2015;Santana & Pereira, 2018;M. Silva & Batista, 2017).…”

A Percepção Dos Profissionais Sobre as Ações De Saúde Mental Na Rede De Atenção Psicossocial Em Belo Horizonte

“…16 Nesse contexto, a criação de vínculos representa a possibilidade de espaços de trocas necessárias ao cuidado em saúde mental. 17 Os depoimentos dos profissionais da APS sobre o público atendido revelam elevado número de atendimentos e de diversidade de casos, que compreendem desde doenças físicas e psíquicas em todas as fases de vida. Entretanto, no cotidiano, evidenciaram-se sobrecarga dos profissionais da APS, o despreparo deles em lidar com as questões psiquiátricas e a dificuldade de encaminhamentos dos pacientes que repercute em agravamento dos quadros considerados inicialmente leves.…”