O custo das não-decisões na imprensa local e regional em Portugal

Abstract

ResumoO estudo da imprensa local e regional em Portugal está ainda numa fase embrionária. Contudo, pelo que se conhece de alguns estudos, pode afirmar-se que as actuais características do sector são inversamente proporcionais à importância que este tipo de publicações pode e deve assumir nas comunidades locais e regionais. Percebe-se a consequência deste hiato: sem bons jornais, as comunidades locais e regionais ficam tendencialmente amputadas de boa "informação de proximidade". Independentemente de outros factores que podem contribuir para o entendimento desta situação, este artigo irá centrar a sua atenção na dimensão política do problema. A nossa hipótese de trabalho é que a imprensa local e regional portuguesa tem sido vítima das más decisões, e sobretudo das não decisões, que sobre ela os vários Governos têm tomado. A discussão parece-nos especialmente relevante num momento em que o actual Governo (XVI Constitucional) se prepara para pôr em marcha o que garante ser uma verdadeira reforma para o sector.Palavras-chave: imprensa local e regional, decisão, não-decisão, globalização, espaço público IntroduçãoQuando, em 1995, Jacques Chirac escolheu a imprensa regional para publicar uma carta onde apresentava as razões da sua candidatura à liderança do Estado francês, não o fez por mera simpatia pelos órgãos de comunicação social regional. Fê-lo porque sabia que a imprensa regional francesa é lida pelo dobro dos leitores relativamente àqueles que escolhem a imprensa nacional (vinte milhões contra dez milhões)

Las cámaras municipales de Gran Oporto como fuentes de información para la prensa local

“…A pesar de esta ingente cuantificación, la calidad de los medios de comunicación regional adolece de múltiples defectos que Ferreira (2005) engloba en un endémico mal de letargo y que Guimarães (1997) ya lo centralizaba en tres tipos de debilidades: la relacionada con los medios técnicos, escasez de capital humano y falta de recursos financieros. En la misma línea, Faustino (2004) observa profundos problemas sectoriales que derivan en una fragilidad en la formación del periodista y en un inestable desarrollo empresarial.…”

“…Ferreira (2005) avala su profesionalidad, demostrada por una positiva percepción de la ciudadanía hacia la información de proximidad, y Campónez (2002, p.273) considera a los periodistas y a los medios regionales como creadores de un espacio comprometido con su zona y con sus gentes.…”

“…Pese a las debilidades expuestas en diferentes investigaciones (Faustino, 2004;Pereira da Costa, 2005;Ferreira, 2005), la prensa local de los municipios colindantes al Gran Porto muestran una predisposición a utilizar una variedad de fuentes para elaborar sus informaciones que no siempre tienen que ver con lo público. En consecuencia, se rechaza la primera hipótesis planteada; al contrario de lo que ocurre en la prensa de Fuenlabrada (España), según los datos aportados por Catalina-García (2015).…”

“…Si bien es cierto que casi dos tercios de las noticas extraídas de la web pública no tienen firma personal, también se observa que un porcentaje similar de las piezas procedentes de otras fuentes no están identificadas por un redactor en particular. La ausencia de un autor de las informaciones potencia, en cierta medida, el endémico mal de letargo observado por Ferreira (2005) y un inestable desarrollo empresarial en los medios regionales planteado por Faustino (2004).…”

Políticas da Comunicação no Novo Milénio: Crises, Impasses e Fracturas

“…O primeiro governo de António Guterres tinha apostado fortemente na Sociedade da Informação, tendo-a considerado uma prioridade nacional. Mas, à excepção das políticas desenvolvidas no âmbito da denominada Sociedade da Informação e, em certa medida, da imprensa regional (v. Ferreira, 2005;Amaral, 2005), não houve, ao longo desta legislatura, iniciativas notórias ou actividade verdadeiramente reformadora. Os impasses que haviam caracterizado o primeiro governo de António Guterres mantiveram-se durante o mandato seguinte que cobre quase integralmente a primeira metade do período em análise.…”