A formação de competências socioemocionais na escola tem sido apontada como uma necessidade premente para garantir o sucesso individual de crianças e adolescentes. Quem defende essas ideias considera que a escola, desde o seu surgimento, tem se preocupado apenas com o desenvolvimento intelectual de alunas e alunos, sem se importar com o seu desenvolvimento afetivo-emocional, causando prejuízos a todas e todos. Assim, este artigo apresenta uma análise de algumas propostas de formação de competências socioemocionais na escola produzidas pelo Instituto Ayrton Senna, BID, OCDE e presentes na reforma do ensino médio e na BNCC. Foram selecionadas nessas propostas algumas informações organizadas em categorias pré-definidas, de acordo com o referencial teórico adotado, a psicologia histórico-cultural e a pedagogia histórico-crítica. Como resultado, constata-se a artificialidade da cisão estabelecida entre as funções cognitivas e afetivas do psiquismo humano que se expressa na dicotomia entre competências cognitivas e socioemocionais, e que a formação de competências socioemocionais é apresentada como solução para os problemas decorrentes da alienação inerente à sociedade capitalista, contribuindo, porém, tão somente para o aprofundamento dessa alienação e a manutenção das relações de dominação vigentes.