ResumoIntrodução: o ensino nas instituições de ensino superior restringe o assunto abordado quanto à utilização de psicofármacos para sofrimentos psíquicos junto ao aluno, direcionando a aprendizagem ao tratamento específico de problemas mentais. Objetivo: Compreender a formação, conhecimento e percepção dos graduandos dos cursos de farmácia e enfermagem do Centro Universitário Católica de Quixadá-CE, sobre a utilização de psicofármacos na gestação. Metodologia: caráter predominantemente quantitativo e transversal, realizado com 59 discentes de uma instituição de ensino superior, nos cursos de Farmácia e Enfermagem dos dois últimos períodos da graduação. Para tanto, utilizou-se um questionário semiestruturado para a coleta de dados juntamente com uma análise documental. Resultados: verificou-se quanto à formação, um número insatisfatório de disciplinas elencadas com o assunto psicofármacos (5%). Em relação ao conhecimento e percepção dos discentes quanto ao assunto psicofármacos e efeitos negativos em gestantes, observou-se uma grande deficiência: (77%) relataram não conhecer os efeitos teratogênicos causados por estes. A análise revelou a necessidade que os graduandos de saúde apresentam frente à realidade prática. Como subsídio e feedback para estes alunos, foi apresentado à coordenação dos cursos uma proposta de curso optativo estruturado de metodologias ativas, e os coordenadores mostraram-se muito interessados, a ponto de repensarem em uma mudança matricial. Conclusão: acredita-se que o reconhecimento da importância e da necessidade da formação como prática transversal nos cursos de graduação em Saúde, poderá contribuir para o crescimento profissional e pessoal enquanto estudantes e colaboradores de qualidade de vida, enquanto profissionais. Palavras-chave: Educação. Conhecimento. Psicotrópicos. Gravidez.
Abstract
INTRODUÇÃOA formação em saúde no Brasil, com ênfase na área médica, foi fortemente influenciada pela reforma educacional promovida por Flexner, na década de 1960, caracterizada pelo reconhecimento do atendimento hospitalar e pelo modelo biomédico. Contudo, modelos e reformas educacionais propostas não atendem às necessidades de formação de profissionais de saúde, conectados com a realidade vivenciada. Observa-se o despreparo dos profissionais recém-formados para atuarem na prática clínica, que é um modelo complexo, inerente ao sistema público ou privado de saúde, pois apresentam métodos peculiares que deveriam ser realizados por profissionais habilitados e que tivessem recebido formação adequada (PAGLIOSA; DA RÓS, 2008).