O Efeito Da Queimada Na Condutividade Hidráulica Do Solo Em Agricultura De Roça-De-Toco

Abstract

No Brasil, a agricultura tradicional ainda é muito praticada pelos pequenos agricultores, muitos ainda utilizam o método de queimada para limpeza de terreno para o plantio, chamada de agricultura de roça-de-toco. O fogo causa diversas mudanças no solo: física, química e biológica. Muitos estudos têm mostrado as alterações físico-químicas negativas no solo, no entanto, há uma carência na literatura de estudos que avaliem o comportamento do solo para melhor entendimento do sistema de pousio. O presente estudo avaliou a capacidade de condutividade hidráulica de água em solos submetidos à queimada que se encontram em diferentes estágios de pousio, em uma escala de 0 a 15 meses e de 0 a 12 anos, na comunidade faxinalense, Tijuco Preto, no município de Prudentópolis, Paraná. O solo apresentou repelência a água no primeiro mês e maior condutividade hidráulica no terceiro mês para as duas escalas analisadas. O aumento da condutividade hidráulica pós- queimada não se manteve permanente, diferenciando de outros resultados reportados na literatura.

A influência do fogo nas propriedades de um solo sob manejo de agricultura de corte e queima em ambiente serrano no bioma de Mata Atlântica

“…A área de plantio é limpa por meio do corte e da derrubada de parte da vegetação. A vegetação cortada é seca no local até que possa ser queimada com o objetivo central da limpeza do terreno, da diminuição da acidez do solo e da disponibilização de cinzas tornando o solo mais favorável para o plantio (FACHIN, 2021).…”

“…Estudos relacionados à repelência já foram desenvolvidos em diversas partes do mundo, principalmente em alguns países da Europa (DE BANO, 2000;DOERR, 2006;BENTO-GONÇALVES et al, 2012;CERDÁ et al, 2012;WENINGER et al, 2019), nos Estados Unidos (WELLS, 1987;ROBICHAUD, 2000;CHEN et al, 2019) No Brasil essa discussão ainda é muito pequena (THOMAZ, 2008;VOLGELMANN et al, 2010;THOMAZ, 2013;FACHIN, 2014;FACHIN et al, 2016;THOMAZ, 2017, BERTOLINO, 2021FACHIN, 2021;SANTOS et al, 2021). Entretanto, a cada dia vem se dando maior importância a esta propriedade no entendimento dos processos hidrogeomorfológicos.…”