O efeito de políticas públicas e de características locais sobre o desenvolvimento econômico: uma análise empírica baseada nos municípios de Minas Gerais

Abstract

Esta pesquisa usou dados cross-section, centrados em 2016, para analisar o efeito da distribuição dos gastos públicos e de certas preferências econômicas, demográficas e políticas no desenvolvimento dos municípios de Minas Gerais (i.e.: Índice Mineiro de Responsabilidade Social – IMRS) e suas subdimensões (i.e.: educação, saúde, vulnerabilidade social, segurança, saneamento/habitação/meio ambiente e cultura/esporte/lazer). Para tanto, as variáveis foram selecionadas via Extreme Bounds Analysis – EBA e estimaram-se modelos econométricos-espaciais. Os resultados indicam que o desenvolvimento é típico de cidades menores, afastadas da capital (mais seguras), com maior proporção de idosos (menos sujeitos à criminalidade), menor fecundidade (traço de locais seguros e menos vulneráveis), boa autonomia tributária (atributo das áreas menos vulneráveis, com mais saneamento e cultura/lazer), menores gastos em educação e administração pública e maiores em habitação. Ademais, os resultados minimizam a importância do Estado (i.e.: prefeituras) e do perfil produtivo local no desenvolvimento e revelam externalidades negativas associadas à capital estadual.

Análise Espacial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina no Brasil para 2006 e 2017

“…Para a definição do número ideal de fatores, dois critérios usualmente utilizados na literatura (Perobelli et al, 1999;Souza e Lima, 2003;Hair et al, 2005;JRC, 2008;Melo e Parré, 2007;Mingoti, 2007;Cruz et al, 2011;Nogueira e Santos, 2012;Castro e Lima, 2016;Perobelli et al, 2018) foram levados em consideração. Primeiro, apenas fatores que, em conjunto, explicaram no mínimo 70% da variabilidade comum existente foram considerados.…”

“…que a formulação de políticas e a tomada de decisão por parte dos gestores públicos e privados em um ambiente de pouca informação podem ser, muitas vezes, baseadas na intuição. Portanto, a construção de indicadores econômicos que permitam o acompanhamento detalhado da realidade local é fundamental como ferramenta de apoio na tomada de decisão (Perobelli et al, 1999).…”

“…Na literatura, há uma série de indicadores em linha com o Índice Bovino (e.g. (Azzoni e Latif, 1995;Perobelli et al, 1999;Ribeiro e Dias, 2006;Cruz et al, 2011;SEI/SEPLAN, 2013;Martins, 2019)). O Índice de Movimentação Econômica (IMEC) elaborado por Azzoni e Latif (1995), com análise de consistência realizada em Fava e Alves (1997), possui enfoque no setor informal da economia e é construído com informações mensais de deslocamento populacional, consumo de combustível e energia elétrica e indicadores de comércio para o município de São Paulo.…”

“…O Índice de Movimentação Econômica (IMEC) elaborado por Azzoni e Latif (1995), com análise de consistência realizada em Fava e Alves (1997), possui enfoque no setor informal da economia e é construído com informações mensais de deslocamento populacional, consumo de combustível e energia elétrica e indicadores de comércio para o município de São Paulo. Perobelli et al (1999), por sua vez, construíram um indicador de atividade econômica para os municípios na área de influência de Juiz de Fora (Minas Gerais). Esse indicador abrange as dimensões relacionadas à atividade industrial, à agricultura, ao desenvolvimento urbano e ao desenvolvimento educacional.…”