Este estudo de caso analisou relatos de cinco professores universitários, da área das ciências biomédicas, sobre suas experiências pedagógicas durante o ensino remoto, devido à pandemia de COVID-19 e discutiu a perspectiva do ensino híbrido na formação em saúde. Duas questões principais nortearam o estudo: Como estes docentes se adaptaram e ressignificaram suas práticas educativas a partir da realidade imposta pelo ensino remoto? Como as reflexões dos docentes podem servir de base para mudanças nas práticas educativas destes professores na perspectiva do ensino híbrido no período pós-pandêmico? Três principais categorias emergiram da análise de conteúdo das falas destes professores: 1- relações pedagógicas - levaram em conta as diversas condições de acesso e estudo e foram pautadas em comunicação construtiva e acolhedora; 2- metodologias e estratégias pedagógicas - centraram-se na participação dos estudantes, na contextualização dos conteúdos e na criação de atividades práticas alternativas e 3- avaliação pedagógica - foi compreendida como inerente ao processo de aprendizagem, adotou-se estratégias diversificadas e o acompanhamento dos alunos foi realizado ao longo de toda a disciplina. As tecnologias digitais atuaram como elo articulador e transversal entre relações pedagógicas, estratégias de ensino e avaliação. Os resultados apontam que, apesar de dificuldades, o grupo de docentes foi capaz de construir um novo repertório e vislumbrar possibilidades de integração das estratégias em suas práticas futuras. Desse modo, os resultados contribuem para ampliar a discussão sobre o hibridismo como perspectiva educacional para a formação superior na área da saúde. Neste momento pós-pandêmico é relevante que se continue a discutir os impactos, desafios e aprendizados vivenciados, identificando e analisando a contribuição das experiências da comunidade universitária para projetar mudanças construtivas e sustentáveis nos processos de ensino-aprendizagem.