O envelhecimento pela ótica conceitual, sociodemográfica e político-educacional: ênfase na experiência piauiense

Abstract

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial, que não afeta só o ser humano, mas a família, a comunidade e a sociedade. Reconhece-se, no entanto, que é um processo normal, dinâmico, que envolve perdas no plano biológico, socioafetivo e político, demandando vulnerabilidades diferenciadas por gênero, idade, classe social, raça, regiões geográficas, entre outras variáveis. Tais vulnerabilidades refletem na expectativa de vida, na morbidade, na mortalidade prematura, na incapacidade e na má qualidade de vida. Para tanto, este estudo é parte da revisão que ancorou nossa dissertação de mestrado em Políticas Públicas, tendo por objetivo refletir sobre algumas questões deste fenômeno contemporâneo, tomando por base os campos conceitual, sociodemográfico e político-educacional, com ênfase nas ações didáticopedagógicas propostas pelo Programa Terceira Idade em Ação (PTIA), da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Contextualizando a questão... Falar do envelhecimento humano nos remete a indagações complexas e conflituosas, primeiro, porque é um tema abrangente, que traz à tona muitos desafios às diversas áreas do conhecimento; em segundo lugar, pela carga de preconceitos que rondam este fenômeno inexorável a todos os indivíduos. Assim, um dos primeiros questionamentos que fazemos está atrelado à terminologia: idoso, pessoa idosa, velho, ancião, senil, terceira idade? Qual é o termo mais propício para se designar o indivíduo que envelhece? Para analisar tal questão, buscamos nas evidências científicas os conceitos de velhice e de envelhecimento com a pretensão de entender esta conflitualidade. O conceito de velhice caracteriza-se como a última fase do processo de envelhecimento, pois a velhice não é um processo como o envelhecimento, é antes um estado próprio do ser humano idoso. Estado este almejado por todos aqueles que anseiam uma velhice saudável (Neri, 2007). Esta questão tem ultrapassado os limites do campo científico, encontrando, em outras fontes de saberes, espaço para discussões, dentre as quais: a música, a

Panorama epidemiológico do processo de envelhecimento no mundo, Brasil e Piauí: evidências na literatura de 1987 a 2009

“…O número de mulheres idosas, confrontado com o de homens de mais de 60 anos de idade, já é superior e a proporção de idosas em relação à população total de mulheres supera aquela correspondente aos homens idosos. No Piauí, a estimativa do Censo Demográfico 2000 para a população total do município de Teresina correspondeu a 715.360 habitantes, dos quais 44.437 são pessoas com 60 anos ou mais (4) .…”

“…Esse fato gerou oficialmente, em agosto de 1998, por meio da resolução nº 183/98, o Núcleo de Pesquisa e Extensão Universitária para a Terceira Idade (Nupeuti). (4)…”

“…Segundo as perspectivas epidemiológicas atuais, o Brasil deverá passar, entre 1960 e 2025, da 16ª para a sexta posição mundial em termos de número absoluto de indivíduos com 60 anos ou mais, algo que está intrinsecamente relacionado às modificações sanitárias, sociais e políticas (3) . No Piauí, estado brasileiro localizado na Região Nordeste do país, a proporção de pessoas idosas está crescendo progressivamente, de forma rápida e intensa, passando de 7%, em 1992, para 8,2%, em 1999, destacando-se maior concentração na faixa etária entre 60 e 69 anos, com predominância do sexo feminino (4) .…”

Qualidade de vida dos idosos e os benefí­cios da fisioterapia nas Unidades Básicas de Saúde

“…O envelhecimento populacional é um fenômeno universal, característico tanto nos países desenvolvidos como, de modo crescente, dos países em desenvolvimento [1]. Reconhece-se, no entanto, que é um processo normal, dinâmico, que envolve perdas no plano biológico, sócio-afetivo e político [2].…”

Health-related quality of life of the elderly with cancer in adjuvant treatment

“…Aging is a normal, dynamic process, and involves losses in biological, socio-emotional and political planning reflecting on life expectancy, morbidity, premature mortality, disability and poor quality of life (3) , and currently non-communicable chronic diseases have affected many elderly, affecting the entire process. The elderly can also have comorbidities that should be considered during chemotherapy; they may be worsened by the treatment and make it a dependent activity in their daily life, negatively influencing their quality of life (4) .…”