Para graduandos em Química, é importante ter uma perspectiva histórica da formação dessa ciência a fim de compreender os processos de quebra de paradigmas que levaram ao estabelecimento de saberes e ao abandono de teorias alquímicas. Com esse objetivo – de abordagem da perspectiva histórica –, esta pesquisa analisou a presença de discussões acerca da ruptura com a alquimia e a construção da nomenclatura química, presentes nos principais manuais (livros) de Química utilizados no Brasil para o Ensino Superior. Os manuais foram selecionados observando-se as ementas de três universidades públicas para as disciplinas de Química Geral, Físico-Química, Química Analítica e Química Orgânica. A partir disso, os textos e recursos visuais relacionados ao tema definido, ou que mencionassem a construção do conhecimento como um complexo processo, foram analisados por meio da Análise Textual Discursiva. Constatou-se que, por seu caráter expositivo, os manuais praticamente não apresentam tais discussões, apresentando a nomenclatura de forma a-histórica e atemporal, o que não permite aos estudantes reconhecer a revolução científica que deu origem à Química. Dessa forma, cabe a professores e a disciplinas específicas, quando existentes na grade curricular, a função de promover a formação crítica e reflexiva dos futuros cientistas.