O campo da Educação Matemática tem, no Brasil, um compromisso institucional com as demandas da Educação Inclusiva desde a criação, pela Sociedade Brasileira de Educação Matemática, do Grupo de Trabalho 13: “Diferença, Inclusão e Educação Matemática”, em 2013. Diante disso, em um primeiro momento, as pesquisas retratadas por produções apresentadas nos principais eventos de Educação Matemática brasileiros versavam majoritariamente sobre a Educação Matemática de pessoas apoiadas pela Educação Especial. Neste sentido, este artigo tem por objetivo defender um alargamento da compreensão de Educação Matemática Inclusiva, em particular, considerando os marcadores sociais de gênero e sexualidade, e seus impactos nos processos de produção, ensino e aprendizagem de Matemática. Para isso, nos valemos da construção de um estado do conhecimento a partir dos anais das três primeiras edições do Encontro Nacional de Educação Matemática Inclusiva (ENEMI), a fim de verificar se há ou não entendimento, no ENEMI, de que as questões de gênero e sexualidade fariam parte do escopo da Educação Matemática Inclusiva, e quais seriam essas tendências de pesquisa. Os resultados mostram que, embora nas duas primeiras edições do evento o tema tenha sido apenas tangenciado, isso mudou bastante na terceira, apontando para a existência de uma agenda de pesquisa na área.