O objetivo do presente estudo foi testar o poder explicativo do bem-estar subjetivo, da personalidade e de variáveis sociodemográficas sobre a preferência por compras materiais. Um questionário online foi aplicado em 1.238 brasileiros adultos, com média de idade de 34,6 anos (DP = 13,3), sendo 69,1% mulheres. A amostra contou com respondentes de todas as regiões do Brasil, sendo a maioria do Sudeste. Foram aplicadas as escalas de Satisfação de Vida, de Afetos Positivo e Negativo -PANAS-, Short Affect Intensity -SAIS-Brasil- e de Reduzida de Descritores de Personalidade -RED5-. As análises de regressão logística indicaram que quanto mais aumentam a renda familiar percebida e a extroversão, menor é a probabilidade de indivíduos escolherem produtos materiais. Em contrapartida, à medida que a idade e a dimensão Serenidade da SAIS-Brasil são maiores, aumentam as chances de os indivíduos escolherem produtos materiais em uma compra espontânea. Discute-se as definições de compra experiencial e material conforme a literatura tem apresentado. Para a literatura de bem-estar subjetivo, os resultados adicionam insights a respeito do papel do bem-estar subjetivo sobre escolhas rotineiras dos indivíduos. O estudo traz o crucial ponto de que frequência de afetos aparentemente não prediz a variável desfecho, retirando das emoções uma carga de responsabilidade sobre algumas compras, e abrindo caminho para outros trabalhos que corroborem ou refutem os achados. Esta pesquisa amplia a compreensão das diferenças individuais nos comportamentos de compra, e do papel do bem-estar subjetivo no consumo.