INTRODUÇÃOEste trabalho procura contribuir para o entendimento da forma urbana da capital brasileira -Brasília. Utilizamos procedimentos analíticos para trabalhar três aspectos desta forma: 1) a maneira pela qual o Plano Piloto -a parte da cidade originalmente proposta por Lúcio Costa por ocasião do concurso público de 1957 -relaciona-se com o resto do sistema urbano onde está de fato inserido, particularmente em termos de sua relativa centralidade; 2) a maneira pela qual esta cidade -toda a cidade real, não apenas o Plano Piloto -se espalha pelo território, utilizando-se para tanto duas medidas alternativas de compacidade; 3) a maneira como se distribuem, no espaço, empregos e moradias, caracterizando-se a relativa segregação de ambas instâncias, tanto entre si, como em termos das características configuracionais dos lugares em que se situam, no sentido de sua acessibilidade à cidade inteira.As questões de centralidade e compacidade são examinadas historicamente, em cortes decenais, desde a inauguração da cidade. Para a questão da segregação relativa de empregos e moradias, estudamos um momento específico, lançando mão dos dados cartográficos e demográficos mais recentes. Metodologicamente, utilizamos tanto conceitos e técnicas tradicionais da teoria da sintaxe espacial,