Desde tempos antigos, as plantas têm sido fontes de alimento e medicina, sendo amplamente adotadas, especialmente em comunidades carentes. Apesar do progresso médico, aproximadamente 75% da população global ainda depende das propriedades curativas das plantas. A narrativa destaca a influente expedição liderada por Carl Friedrich Philipp von Martius no século XIX, que resultou na monumental obra "Flora brasiliensis". Esta expedição abrangeu cerca de 10 mil quilômetros, catalogando 6.500 espécies vegetais, incluindo aquelas da família Caryocaraceae. A obra foi financiada por figuras notáveis como o imperador Dom Pedro II. O estudo aprofunda a contribuição de Ludwig Wittmack, botânico alemão, que descreveu a família Rhizoboleae (Caryocaraceae) em 1886. Caryocar, um gênero desse grupo, é notório no Brasil pela produção de frutos como o pequi. A pesquisa destaca a presença do pequi na culinária e farmacopeia popular, conforme testemunhado nos relatos de George Gardner, botânico inglês que explorou o Brasil no século XIX. Adicionalmente, são apresentadas comunidades, como a de Cacimbas, na Chapada do Araripe, que praticam extrativismo sustentável do pequi. A mobilização popular resultou na criação de acampamentos para a comercialização dos frutos. O artigo ressalta a relevância do pequi na cultura e economia local, enfatizando sua versatilidade na medicina e culinária.