O telefone toca, Acordo para atendê-lo.Pulo da cama, Desço as escadas correndo, Volto, troco de roupa, Novamente desço as escadas.Decido ir de carro: Talvez seja melhor, em caso de alguma complicação. Paro na porta: Seu marido, uma amiga de trabalho, minha mãe, Todos esperando. -Rápido, rápido! Vá pelo jardim, O basculante está aberto. O marido oferece seu joelho para me apoiar, Passo pelo estreito basculante, Sem sucesso: não há nada com que possa me apoiar do outro lado. -Ali, ali! Tem uma mesa (junto à janela)! Agora pelo outro basculante. Consigo passar. Apoio meus pés na mesa, E num rápido pulo alcanço o chão da sala. O que fazer primeiro, Abrir a porta? Acudir? Decido abrir a porta, as outras pessoas poderão me ajudar Me dirijo à porta da sala Abro-a rapidamente Enquanto os outros entram, me dirijo a ela apressadamente Tento virá-la de forma cuidadosa, mas rápida A boca preta A cara muito, muito amassada, Como se já não respirasse há um tempo, As pontas dos dedos frias e roxas Ela não está respirando! Ela não está respirando! Por favor, mede a pulsação dela, porque eu não estou sentindo! Corro e ligo para a emergência Alô, a cuidadora da minha avó está desmaiada E não respira. Enquanto peço ajuda, Sou aconselhada a fazer massagens cardíacas Até que o socorro chegue. O desespero é tanto que até perco a noção de qual parte de seu corpo devo pressionar Peço ajuda, Junto com a colega de trabalho fazemos massagem cardíaca Uma aperta, A outra assopra Barulhos, como estalos Saem da sua boca Logo penso: É possível recuperá-la! É possível recuperá-la! Seguimos nisso, mas nada acontece… Cássia! Cássia! Bato levemente no seu rosto, mas nada. Chacoalho seus ombros enquanto a chamo: Cássia! Cássia! E nada. O tempo parece durar uma eternidade E ela segue ali -Por mais que eu tente reanimá-la-, Imóvel. Ao fundo, ecoa a sirene do carro de bombeiro.