RESUMOO presente estudo consiste em uma pesquisa descritivo-exploratória de abordagem qualitativa baseada na metodologia de análise de conteúdo proposta por Minayo, que objetivou identificar os sentimentos que afloram a partir da convivência com a doença crônica. Foram informantes do estudo sete indivíduos -aí incluídos os doentes crônicos -pertencentes a três grupos familiares cujos parentes enfermos encontravam-se internados em um hospital-escola. A coleta dos dados ocorreu entre Agosto e novembro de 2007 e foi realizada individualmente em ambiente domiciliar através de entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados conforme as seguintes etapas: a) pré-análise; b) exploração do material para compreensão dos dados e classificação dos assuntos por categorias; e (c) o tratamento e os comentários das categorias significativas. Os relatos permitiram visualizar a categoria "Expressando os sentimentos aflorados com o estar-junto vivenciando a doença crônica" -como amor, tristeza, sofrimento e preocupação. Os resultados mostraram que essas famílias permaneceram firmes no propósito de manter a integridade dos seus membros e a unidade familiar, independentemente das condições adversas vivenciadas após o surgimento da patologia. Ante a complexidade das emoções manifestadas pelos entrevistados, destacamos ser relevante que o enfermeiro planeje ações de atenção à saúde voltadas às famílias, com vista a atenuar os desgastes físicos e emocionais advindos da cronicidade.Palavras-chave: Família. Relações Familiares. Doença Crônica. Sentimentos.
INTRODUÇÃOA família é entendida como uma unidade grupal que habita no mesmo domicílio, unida por vínculos afetivos, e que compartilha objetivos, responsabilidades, determinadas obrigações e funções. Seus integrantes são unidos por laços emocionais comuns e estão implicados numa mesma adaptação contínua de vida, recebendo ou tecendo influência no grupo social ao qual pertencem (1) . Assim, cada família inserida no contexto da sociedade possui uma dinâmica de vida traçada por suas inter-relações e significados que determinam a representação do seu processo saúde-doença (2) .A presença de um doente no contexto familiar afeta expressivamente o cotidiano desse grupo, principalmente quando se trata de uma doença crônica que causa algum tipo de dependência, seja essa física, emocional, social ou espiritual. Essa situação intensifica a necessidade da presença da família junto ao doente, pois esta é considerada uma unidade significativa e alicerce na vida das pessoas, devido às suas características grupais e especiais de proximidade e convivência, que possibilitam maiores condições de acompanhar a saúde de seus membros (3) .Quando há na família um membro que sofre de doença crônica, todos os demais estão sujeitos a sofrer de estresse e ansiedade, pois geralmente eles se preocupam com a gravidade da doença, com o sofrimento e a possibilidade de morte. Como resultado, experimentam diversos sentimentos, entre eles o medo, o desamparo, a