A vida é a arte do encontro, uma vez disse o poeta (Moraes & Powell, 1967). Sei que é impossível estimar as consequências de cada encontro, sei também que o trabalho aqui presente é resultado de muita coisa que tampouco posso mensurar, contudo, alguns encontros, considero terem sido, não apenas necessários, mas sem os quais, esta dissertação não se faria presente. A estes, trago aqui meus sinceros agradecimentos.Antes de tudo, à minha querida orientadora, Leda, que reconheceu em mim o desejo pela pesquisa, e durante meu processo de escrita, muitas vezes extremamente sofrido, aliviava meu desespero voraz ao supor necessário "sempre mais", me direcionando para a única forma possível de ser feita: de vereda em vereda 1 (p.58). Sou imensamente feliz pela oportunidade de apreender, mesmo que um "cadinho", o que essa mulher inexplicavelmente culta pôde me transmitir, e pelo enorme prazer de poder reter algumas marcas de seu legado em meu texto.À banca de qualificação (composta pelos Profs. Anderson de Carvalho Pereira e Alexandre Mantovani), que através de uma leitura rigorosa e atenta, me propuseram profícuas considerações, mas sobretudo por lerem nas entrelinhas do meu texto, as marcas de autoria que apontavam para meu desejo insabido. À essa chanceproporcionada pelo programa de Pós-graduação em Psicologia da FFCLRPpois com ela pude perceber o quanto eu quase que nada sei, mas desconfio de muita coisa (p.25), e desconfiar/questionar, é condição primordial a todo e qualquer pesquisador, porém somente possível àqueles capazes de se autorizar não saber a priori, e em muitas vezes a posteriori também.Aos colegas de interlocução, tanto em psicanálise, como de pós-graduação que conheci nessa trajetória, por compartilharem comigo suas incertezas e angústias, me oferecendo acalento nos momentos em que me acreditava sozinha diante de tanta estupefação.À minha analista, Alessandra, que diante de meu desamparo frente ao vazio, nas incontáveis queixas de que "nunca serei nada", me apontou que não serei nada, nunca. E ao 1 Todos os trechos em itálico se referem a mesma obra da epígrafe: Rosa (2015). 6 me escutar, ofereceu-me a chance de compreender que justamente porque há sertão, há veredas.À uma colega em especial, Verônica, que me ensinou que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas (p.31); que errar pode fornecer ocasião para mudança, e que perceber nosso erro é antes, um gesto de humildade, e não uma falha.Obrigada por me encorajar desde o início, seu incentivo me fez continuar. Ao continuar tive que me habituar com o perigo que é viver (p.28).Gostaria de agradecer aos meus pacientes, que me confiaram/confiam na escuta de seu sofrimento. Sem isso, acredito que minhas articulações psicanalíticas seriam surdas para o inconsciente e seu funcionamento, fazendo desta pesquisa um tanto quanto vazia.Também agradeço à minha supervisora, Eliana, por suas pontuações precisas, que me proporcionam a oportunidade de receber minha mensagem de forma invertida. Esse momento posterior, acredito ser tão importante quanto...