O objetivo deste estudo foi comparar a assistência obstétrica em uma casa de parto e em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) da Região Sudeste do Brasil, considerando boas práticas, intervenções e resultados maternos e perinatais. Realizou-se um estudo transversal com dados retrospectivos comparáveis, provenientes de dois estudos sobre parto e nascimento, e amostra de 1.515 puérperas de risco habitual de uma casa de parto e hospitais públicos da Região Sudeste. Utilizou-se ponderação pelo escore de propensão para equilibrar os grupos de acordo com as covariáveis idade, raça, paridade, integridade das membranas e dilatação do colo na internação, bem como regressões logísticas para estimar razões de chance (OR) e intervalos de 95% de confiança (IC95%) entre o local de parto e desfechos. Na casa de parto, quando comparada ao hospital, as puérperas tiveram maior chance de ter acompanhante (OR = 86,31; IC95%: 29,65-251,29), se alimentar ou tomar líquidos (OR = 862,38; IC95%: 120,20-6.187,33), se movimentar (OR = 7,56; IC95%: 4,65-12,31), usar métodos não farmacológicos para alívio da dor (OR = 27,82; IC95%: 17,05-45,40) e posição verticalizada (OR = 252,78; IC95%: 150,60-423,33) e menor chance de utilizar ocitocina (OR = 0,22; IC95%: 0,16-0,31), amniotomia (OR = 0,01; IC95%: 0,01-0,04), episiotomia (OR = 0,01; IC95%: 0,00-0,02) e manobra de Kristeller (OR = 0,01; IC95%: 0,00-0,02). Ademais, na casa de parto os recém-nascidos tiveram maior chance de aleitamento exclusivo (OR = 1,84; IC95%: 1,16-2,90) e menor chance de aspiração de vias aéreas (OR = 0,24; IC95%: 0,18-0,33) e gástrica (OR = 0,15; IC95%: 0,10-0,22). A casa de parto apresenta, assim, maior oferta de boas práticas e menos intervenções na assistência ao parto e nascimento, com segurança e cuidado, sem afetar os resultados.