Este artigo se propõe a refletir sobre as histórias de famílias como tecnologias de governo que conformam as vidas das mulheres. Para tanto, recupera histórias da vida reprodutiva de mulheres brasileiras de diferentes gerações de uma mesma família, tomadas em diferentes pesquisas de minha autoria (2007-2024), a partir do que carregam de assombro, tomando-as como fantasmas da memória que constituem a família e tecem as linhas do parentesco. Desse modo, explora o potencial da memória, da vida miúda e das experiências que se passam nos corpos femininos para teorizar sobre o parentesco contemporâneo, olhando-o a partir de uma outra perspectiva, bem como para o poder da narrativa e as moralidades que circundam a condenação social: “É de família!”.