O portador de transtorno mental e a vida em família

Abstract

O objetivo geral deste estudo foi revelar, na ótica familiar, a participação do portador de transtorno mental na vida em família. Pesquisa de abordagem qualitativa, realizada no período de março a maio de 2010. Os 14 colaboradores pertencem a onze famílias de portadores de transtornos mentais residentes no município de Maringá-Pr. Foi utilizada a história oral temática como técnica de coleta dos dados. Para análise dos dados utilizou-se a técnica de análise de conteúdo temática. Os resultados demonstram que, em relação à participação e decisões em família, ainda há dificuldades neste aspecto. Quanto à participação nas tarefas cotidianas, a maioria contribui quando não está em crise, porém com suas limitações; os relacionamentos familiares são permeados de sentimentos de dor e sofrimento atrelado a pena e dó. Conclui-se que a enfermagem tem o importante papel de orientar e apoiar a família em suas necessidades.

Ditos acadêmicos do ontem e do hoje acerca do papel da enfermagem no processo e rotina da desinstitucionalização

“…The experience of a Psychosocial Care Center in the state of Rio Grande do Sul on the introduction of the family member in the treatment environment as a service philosophy shows the institution requirement instead of a concession to individuals with mental disorder. PR has the basic assumption the inclusion and active participation of the family, thus allowing a joint work, preventing the patient abandonment and helping therapeutic projects (32) .…”

“…Thus, "it provides assistance to families to clarify the symptoms of the disease and make them allies and collaborators in the treatment, keeping the deinstitutionalized individual to be understood in their uniqueness" (32) is a very important issue to support this family structure. The result is the change in family stereotype as responsible for mental disorder, for a family responsible for treatment and the rehabilitation of their affected member (33) .…”

Relatives demands of people with mental disorders / Demandas dos familiares de pessoas com transtorno mental / Exigencias de familiares de personas con trastornos mentales

“…Econômica, pelo fato de a maioria dos indivíduos com transtorno mental serem dependentes financeiramente da família; social, por ainda sentirem o estigma e o preconceito da sociedade; e emocional, por lidarem com um misto de sentimentos, como a raiva, tristeza e o estresse vivido no cotidiano dos cuidadores. Percebe-se, portanto, que há uma lacuna no suporte oferecido pela equipe de Saúde Mental a essas famílias, as quais sentem falta de apoio emocional e de orientações sobre a doença, para melhor compreendê-la, facilitando o convívio entre familiares e usuário (6)(7) . Nessa concepção, o profissional de saúde deve se sensibilizar diante das necessidades do indivíduo e sua família, e buscar entender suas peculiaridades.…”

“…Dessa maneira, o papel do enfermeiro é promover a qualidade de vida à pessoa com transtorno mental, não focando apenas no diagnóstico clínico ou na intervenção medicamentosa. Torna-se necessário, portanto, propiciar novas modalidades terapêuticas, a fim de que os usuários mantenham o exercício de sua autonomia e cidadania, bem como reabilitá-los (5)(6)(7)(8) . Depois da coleta de dados, foi realizada a transcrição na íntegra das entrevistas para o software Microsoft Office Word 2010 do Windows.…”

Conception of family members of people with mental disorders on self-help groups

“…As a result of changes in mental health care in recent decades, the families of people with mental disorders, previously excluded from the care provided for their family member, are currently important protagonists of care, considering that many individuals treated in closed institutions now live at home with their family members and carers on a daily basis (1) . Consequently, it is necessary to promote the inclusion of family members in mental health care, but in order to do this, health professionals must be adequately prepared, even to acknowledge the importance of family members when providing care for these patients (2) .…”