Este estudo objetivou analisar as percepções dos diretores das escolas estaduais de Campo Grande, MS, em relação à Lei do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e aos produtos adquiridos da agricultura familiar. O caso das escolas estaduais de Campo Grande foi analisado a partir da abordagem da Sociologia Econômica, utilizando o conceito de embeddedness. Para o alcance do objetivo, foi formulado um roteiro de entrevista semiestruturado. Foram entrevistados 73 diretores das escolas estaduais de Campo Grande. As entrevistas foram transcritas e analisadas, usando o método de análise de conteúdo por meio da análise categorial temática. Foram associadas 24 percepções negativas à Lei do PNAE, dando origem à construção de 5 grandes categorias: Burocracia, Falta de Organização da Agricultura Familiar, Negligência Governamental, Valor Repassado e Outras. Positivamente, foram associadas 14 percepções à Lei do PNAE, dando origem à construção de 4 grandes categorias: Descentralização Administrativa, Qualidade, Economicamente Positivo e Socialmente Positivo. Conclui-se que há predominância de percepções negativas em relação à Lei do PNAE e que as escolas estaduais de Campo Grande têm dificuldades para cumprir a lei em sua totalidade, apontando que os objetivos da lei em relação à execução nas escolas ainda se mostram distantes de serem atingidos.