O “Quadro Geognóstico Do Brasil” De Wilhelm Ludwig Von Eschwege: Breves Comentários À Sua Visão Da Geologia No Brasil

Abstract

O trabalho apresenta uma resenha da obra “Geognostisches Gemälde von Brasilien und wahrscheinlichesMuttergestein der Diamanten “ de Wilhelm Ludwig von Eschwege por ocasião do sesquicentenário da suamorte em 1o de fevereiro de 2005. A obra foi publicada, em pequena tiragem, em 1822. Trata inicialmentedos grandes divisores de água: um de direção aproximada leste – oeste, separando a bacia do rio Amazonasdas dos rios Paraná e Paraguai, que Eschwege batiza de “Serra das Vertentes”, o outro divisor separa a baciado Rio São Francisco dos rios que correm diretamente ao Oceano Atlântico o qual chama de “Serra doEspinhaço”, incluindo nela a Serra da Mantiqueira. Em segundo lugar apresenta um esquema estratigráficobaseado nos modelos usados na Europa, como, por exemplo, aquele proposto em 1787 por AbrahamGottlieb Werner, professor da Academia de Minas de Freiberg na Alemanha. A Primeira FormaçãoPrimitiva é formada pelo embasamento cristalino, a Segunda Formação Primitiva corresponde às seqüênciassupracrustais dobradas (representadas pelos Supergrupos Rio das Velhas, Minas e Espinhaço), a Terceira oude Transição abrange essencialmente o atual Grupo Bambui e uma quarta subdivisão reúne depósitossuperficiais como aluviões e coberturas terciárias e quarternárias. Percebe-se que suas idéias a respeito dageologia do Brasil são fortemente influenciadas pela escola netunista de Werner. Descreve aindamacroscopicamente os principais tipos de rocha encontrados no Brasil, define os novos termos “itacolumito”e “itabirito” e introduz o termo “tapanhoacanga” na nomenclatura geológica, todos com suas localidadestipo.Tapanhoacanga, hoje reduzida para canga, é de origem indígena de tapanhu = escravo negro e acanga= cabeça (ou a = cabeça e canga = osso). A última parte do “Quadro geognóstico... “ trata da ocorrência dosdiamantes no Brasil e de sua possível rocha matriz, na sua opinião formados em concreções limoníticasoriginadas das rochas ferruginosas da Segunda Formação Primitiva.Palavras-chave: História da Geologia, Quadrilátero Ferrífero, Serra do Espinhaço, estratigrafia precambriana,itabirito, itacolumito, canga, diamantes ABSTRACT: ESCHWEGE’S “GEOGNOSTICAL SKETCH OF BRAZIL AND THE PROBABLE SOURCE ROCK OFDIAMONDS”: BRIEF COMMENTS ON HIS VISION OF BRAZILIAN GEOLOGY. This small brochure waspublished in 1822 by the German geologist Wilhem Ludwig von Eschwege (1777 – 1855) and is nowtranslated to Portuguese for the first time completely as a memorial of his passing away 150 years ago.Initially, Eschwege reports on the physical geography of Brazil and suggests the names “Serra das Vertentes”(Watershed Mountains) and “Serra do Espinhaço” (Backbone Ridge), running East – West the first and North– South the second, separating the great hydrographic basins in Brazil. A main chapter is dedicated to a veryfirst proposal of a stratigraphic scheme based on European models of the time and heavily influenced by A.G. Werner, the principal protagonist of the neptunism, which interpreted all rocks as being precipitated fromaqueous solutions. He distinguishes four stratigraphic divisions: the First Primitive Formation containinggranite, gneiss, and mica schist, corresponding in more modern terms to the crystalline basement; the SecondPrimitive Formation is formed by itacolumite (quartzite), itabirite (iron formation) and schist, representedby the Rio das Velhas, Minas, and Espinhaço supergroups. The third or Transitional Formation composed byslates, quartz schist, greywacke, and massive limestone corresponds to the Macaúbas and Bambui groups. Thefourth and uppermost formation encloses all superficial deposits, such as alluvial, river gravels and a peculiarferruginous conglomerate called by the native tapanhoacanga, which means Negro head. His argumentationis heavily influenced by neptunistic thinking. Eschwege still describes in great detail the principal rock types,as known at this time in Brazil and introduces the terms itacolumite, itabirite and (tapanhoa)canga into thegeological nomenclature. The second part is dedicated to the occurrence, distribution and origin of Braziliandiamonds. He considers that they are formed within any rock of his Second Primitive Formation, due to theoccasional founding of limonitic concretions with inclusions of diamonds.Keywords: History of geology, Quadril

A vegetação de canga no Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais: caracterização e contexto fitogeográfico

“…No Quadrilátero Ferrífero, região central de Minas Gerais, compõem o geossistema ferruginoso rochas com alta concentração de ferro, constituintes das Formações Cauê e Gandarela (Grupo Itabira, Supergrupo Minas), e as cangas que as recobrem. O termo canga, na verdade uma corruptela de tapanhoacanga, foi introduzido na nomenclatura geológica por Wilhelm Ludwig von Eschwege no inicio do século XIX, juntamente com a definição do termo itabirito, a partir de descrições de amostras coletadas em localidades-tipo inseridas no Quadrilátero Ferrífero (Renger 2005). Essa localidade abrangia originalmente cerca de 185 km² de cangas (Baltazar 2005).…”

Weathering Conditions Evaluation of Banded Iron Formations of Bonito Mine (Northeastern Brazil) Based on Coupled Cluster-Correspondence Analysis

“…Although the geological expression Banded Iron Formations (BIFs) is already worldwide known describing rocks with alternating bands of iron ore minerals and silicate minerals, in this work, we also refer to itabirites as metamorphosed BIFs which have been studied since the 19 th century (Eschwege, 1824in Renger, 2005Leith & Harder, 1911;Harder, 1914;Dorr II & Barbosa, 1963;Maxwell, 1972;Castro, 1994;Veríssimo, 1999;Rossi et al, 2019).…”

Estruturas Dobradas Do Quadrilátero Ferrífero Em Perfis Geológicos Do Século Xix

“…Esta particularidade lhe permitiu observações mais detalhadas e aprofundadas na investigação da natureza, principalmente da Capitania de Minas Gerais, onde ele passou a maior parte do tempo. Em linhas gerais, Eschwege delineou o sistema orográfico da região e propôs uma ordenação estratigráfica para seus terrenos com quatro divisões nos moldes da escola netunista werneriana (Renger, 2005 (Helmreichen, 1846). No detalhe o percurso na área do atual Quadrilátero Ferrífero.…”