O regime internacional de mudança climática e o Brasil

Viola, Eduardo

doi:10.1590/s0102-69092002000300003

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“…I believe that the case of Brazilian climate modeling exemplifies the infrastructural geopolitics of climate knowledge as administrated by scientific groups from an emerging nation that, in climate negotiations, has traditionally positioned itself in diplomatic terms as a leader of developing countries, with a sharply "sovereigntist" discourse (Viola, 2002;Viola, Franchini, 2013). Yet how would it be possible to act sovereignly in these matters if the Brazilian State continued to depend on climate futures predicted by developed countries, or if Brazil did not have its own supercomputer, global model, and research teams to produce the climate knowledge needed to substantiate these actions?…”

Section: Saidmentioning

confidence: 99%

Tecnopolíticas das mudanças climáticas: modelos climáticos, geopolítica e governamentalidade

Miguel

2017

Hist. cienc. saude-Manguinhos

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Based on an empirical study of climate modeling at Brazil's Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, the article explores how climate modeling represents a pragmatic government approach in the realm of climate change. The discussion begins with how this pragmatic approach serves the purposes of the geopolitical action of the State within the international framework of global climate knowledge production. It then shows how modeling engenders forms of interpretation of climate change phenomena and future impacts on the local scale and finds expression in governmental rationalities of a biopolitical nature. In short, the discussion is how the technoscience of climate modeling is constructed as a governmental technology and rationality (governmentality) of the State, a process I call the technopolitics of climate change.Keywords: climate change; climate models; geopolitics; governmentality; Brazil. Jean Carlos Hochsprung Miguel 2História, Ciências, Saúde -Manguinhos, Rio de Janeiro 2 História, Ciências, Saúde -Manguinhos, Rio de Janeiro S ince the mid-1980s, definitions and responses to climate issues have been bound up both with a scientific basis for monitoring and forecasting the climate system as well as with a multilateral climate framework negotiated under the auspices of the United Nations (UN). Through research conducted by a growing scientific community in the climate sciences, anthropogenic climate change has been pinpointed as a global issue caused by the burning of fossil fuels and elevated emissions of greenhouse gases (GHG) into the atmosphere. In 1991, this global understanding gained expression in the first report issued by the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), which has become the body that defined the scientific parameters used in the discussions of global climate policies that are currently transpiring within the United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC).International networks like the UNFCCC and IPCC were forged during a historical process that saw the joint construction of global climate science and climate policy (Miller, 2004). In this still unfolding process, the strategic action of nation-states has played a central role in laying the scientific foundations of climate change and negotiating multilateral political accords (Christoff, Eckersley, 2011;Harris, 2013). Geopolitical aspects of State commitment, or non-commitment, are currently palpable in the rounds of UNFCCC negotiations over proposals to assign distinct responsibilities to developed and developing nations in agreements over GHG emission reduction targets (Kartha, 2011).In IPCC activities, geopolitics plays out in line with the organizational principle of a "balanced geographic representation," that is, the idea of including members from various countries on the panel (IPCC, 2013); geopolitics further manifests itself in the process of selecting and assessing scientific output from member countries for use in reports. While more researchers from developing nations have been incorporat...

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Section: Saidmentioning

confidence: 99%

Tecnopolíticas das mudanças climáticas: modelos climáticos, geopolítica e governamentalidade

Miguel

2017

Hist. cienc. saude-Manguinhos

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“…Na fase de negociação do Protocolo, economias industrializadas assumiram a liderança nos compromissos de redução de emissões de GEE (Gupta, 2010;Viola, 2002). O protocolo estabelece que essas economias, agrupadas no Anexo I da CQNUMC, deveriam impor limites compulsórios para suas emissões, reduzindo-as em pelo menos 5% entre 2008 e 2012 em relação aos patamares de 1990.…”

Section: Incapacidade Dos Regimes Em Mitigar a Ultrapassagem Dos Limiunclassified

“…O protocolo estabelece que essas economias, agrupadas no Anexo I da CQNUMC, deveriam impor limites compulsórios para suas emissões, reduzindo-as em pelo menos 5% entre 2008 e 2012 em relação aos patamares de 1990. No contexto da negociação, as economias emergentes foram pressionadas mas rejeitaram compromissos de redução de suas curvas de emissões (em relação a cenários business as usual) para o mesmo período (Viola, 2002). Elas articulavam-se principalmente por meio do G-77+China, lideradas pelo Brasil, Índia e China, utilizando o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, e a responsabilidade histórica das economias desenvolvidas para justificar seu posicionamento.…”

Section: Incapacidade Dos Regimes Em Mitigar a Ultrapassagem Dos Limiunclassified

O Sistema Internacional No Antropoceno

Viola¹,

Basso²

2016

Rev. bras. Ci. Soc.

Self Cite

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IntroduçãoUma grande mudança teve início com a Revolução Industrial, ganhou fôlego ao longo da aceleração demográfica, econômica e tecnológica ocorrida entre 1940 e 2000 e consolidou-se nas úl-timas décadas, fins do século XX e início do século XXI: a transição do Holoceno para o Antropoceno. O Holoceno foi o período de estabilidade ambiental experimentado desde a última glaciação -terminada há aproximadamente 11 mil anos -até o terceiro quarto do século XX, durante o qual a humanidade desenvolveu-se. O Antropoceno é a nova e atual época geológica em que essa estabilidade está sendo progressivamente perdida por conta da atuação da humanidade, que se tornou o principal vetor de mudanças no sistema planetário. As consequências dessa transformação têm magnitude nunca antes experimentada pela humanidade; foram compreendidas e internalizadas rapidamente pelas ciências naturais, mas ainda escapam, em grande medida, às ciências sociais e humanas.O fim da estabilidade ambiental significa que conceitos de ameaça e segurança precisam ser atualizados. A maior ameaça à segurança sistêmica tende a ser, cada vez mais, a ultrapassagem dos limites planetários, não as guerras no centro do sistema como foi até o século XX, dada a improbabilidade de uma guerra sistêmica neste início do século XXI. Ultrapassar os limites planetários significa colocar em risco a sobrevivência humana como espécie. E a ultrapassagem resulta de modelos de desenvolvimento adotados, especialmente padrões de produção e consumo e uso de combustíveis fósseis como principal fonte de energia. Por isso, também o conceito de interesse nacional precisa ser atualizado: dado que para mitigar mudanças tão significativas

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“…Ainda é preciso desenvolver essa corrente crítica da ecopolítica no Brasil, que ainda permanece marginal no campo das RI. É importante destcar, no entanto, análises empíricas importantes sobre o tema aqui no Brasil, como a análise sobre o regime global da diversidade biológica realizada por Cristina Inoue (2007), as pesquisas sobre a geopolítica e o regime global de mudanças climáticas (Viola, 2002;Moreira, 2015) e sobre a governança global da água (Souza, 2014;Sant' Anna, 2013), entre outras (Ribeiro, 2010 …”

Section: Considerações Finaisunclassified

Ecologia política e relações internacionais: os desafios da Ecopolítica Crítica Internacional

Sant’Anna

Moreira

2016

Rev. Bras. Ciênc. Polít.

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Resumo A evolução do debate teórico ambiental na agenda internacional tem sido acompanhada pela inserção do tema nas relações internacionais de acordo com suas lentes teóricas. Dos movimentos ambientalistas que deram origem à Ecologia Política, ao encontro desta com as relações internacionais, o objetivo deste artigo é mostrar como a inserção das discussões propostas pela ecologia política influenciaram e geraram novas abordagens nas relações internacionais que vão além da mera incorporação da temática ambiental nas teorias já existentes. A tentativa de formulação de uma teoria verde das relações internacionais baseada em uma nova ontologia e epistemologia visa jogar luz sobre um dos mais importantes desafios da humanidade neste século XXI, o uso dos recursos naturais e as suas consequências para o planeta e a humanidade. De forma a desenvolver instrumentos mais capazes para compreendermos os novos desafios que se colocam, contamos com abordagens alternativas como a ecopolítica crítica internacional, que busca analisar como as estruturas da política global tem gerado a dominação da natureza e dos seres humanos e a busca da emancipação.

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O regime internacional de mudança climática e o Brasil

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Tecnopolíticas das mudanças climáticas: modelos climáticos, geopolítica e governamentalidade

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O Sistema Internacional No Antropoceno

Ecologia política e relações internacionais: os desafios da Ecopolítica Crítica Internacional

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