O trabalho, inscrito na linha de pesquisa Estudos de Processos Discursivos, do Programa de Mestrado em Linguística da UNEMAT, busca compreender, pelos fios do discurso instaurados pelas políticas públicas de ensino, os sentidos constituídos sobre a inserção/inclusão do sujeito-estudante deficiente no ensino regular das escolas brasileiras. Teoricamente, este estudo filia-se na Análise de Discurso de linha francesa em articulação com a história das Ideias Linguísticas (HIL). Na discursividade do Estado, essas políticas públicas de inclusão estão funcionando nas tênues fronteiras entre sujeito, história e ideologia, isto é, o linguístico e o histórico são constitutivos para/no processo de significação dos sujeitos e dos sentidos, de modo que ambos se constituem na relação do intradiscurso (formulação/dizer) e do interdiscurso (já-dito), isto é, a atualidade e a história enquanto memória em funcionamento. Desta forma, podemos perceber que os sentidos não existem em si mesmos, mas são determinados pelas posições ideológicas colocadas em jogo no processo sócio-histórico em que as palavras são produzidas. Nesse jogo de sentidos, a constituição das políticas públicas ditas inclusivas que estão em circulação nas escolas (Leis, diretrizes, políticas de ensino), nos leva a compreender, a partir de uma análise discursiva das condições de produção dos meandros do processo de escolarização dos instrumentais linguísticos nacionais, que sujeito e ideologia estão constantemente articulados, pelas relações de poder, dadas pelos modos de produção.