Para preparar melhor o estudante de enfermagem para a realização de uma prática clínica mais segura, torna-se necessário pensar em novas formas de ensinar. A Simulação Clínica (SC) é considerada uma estratégia de ensino que tem impacto em múltiplas facetas do cuidado, cabendo aos educadores garantir que todas as partes interessadas tenham um ambiente de aprendizagem seguro. A arquitetura tem influência na vida das pessoas, podendo o ambiente planejado facilitar ou dificultar as ações que ali ocorrem, impactando na experiência do usuário. Esta pesquisa tem o objetivo de analisar os impactos das intervenções arquitetônicas em dois laboratórios, um laboratório existente e outro com intervenções arquitetônicas, sobre as respostas psicofisiológicas ao estresse e restauração do bem-estar em estudantes de enfermagem durante o desenvolvimento do cenário de uma simulação clínica. Foi realizado um estudo quase-experimental com 20 estudantes de enfermagem, com duas intervenções: o desenvolvimento do cenário no laboratório existente (L1) e o desenvolvimento do cenário no laboratório com intervenções arquitetônicas (L2). Cada estudante participou das duas simulações com um intervalo de 15 minutos entre elas. Foram avaliadas as percepções ambientais dos estudantes em relação aos laboratórios através de métodos e técnicas da psicologia ambiental. As variáveis arquitetônicas para o experimento foram selecionadas pela capacidade de promover resultados positivos à saúde, ao bem-estar e à restauração do estresse, de acordo com os fundamentos da neurociência aplicada à arquitetura e da Teoria do Design de Suporte. Resultados apontaram que na análise de percepção dos impactos do ambiente físico no estresse e na restauração, o laboratório L2 do Grupo Experimental (GE) não apresentou características estressoras quando comparado ao laboratório L1 do Grupo Comparação (GC), além de apresentar características restauradoras superiores. Quanto à qualidade do ambiente, ambos os laboratórios apresentaram qualidades percebidas pelos estudantes como restauradoras. Porém, o laboratório L2 apresentou percepção positiva superior ao laboratório L1. O laboratório L2 foi escolhido, por unanimidade, como restaurador. Em relação às variáveis clínicas, os valores de Frequência Cardíaca, cortisol salivar e ansiedade foram estatisticamente menores que os valores basais, após a participação no desenvolvimento do cenário no laboratório com intervenções arquitetônicas. Conclui-se que os ambientes destinados à prática de simulação clínica podem ser protetores ou restauradores de traumas psicológicos relacionados à SC e que as intervenções arquitetônicas incorporadas ao laboratório garantiram um ambiente de aprendizagem psicologicamente seguro. Observou-se a importância da arquitetura com a integração de aspectos subjetivos das inter-relações entre pessoas e ambientes aos aspectos objetivos mensuráveis da resposta humana nos ambientes construídos para aprimorar a qualidade das atividades simuladas. Palavras-chave: Ambientes de Aprendizagem. Psicologia Ambiental. Simulação Clínica. Ambientes Restauradores. Treinamento por Simulação.