A dor inguinal crônica pós-herniorrafia é uma situação preocupante, pois aproximadamente 10% dos pacientes submetidos à hernioplastia inguinal apresenta os sintomas, que com frequência limita a capacidade física. A etiopatogênese está relacionada a uma periostite do púbis (dor somática) e mais frequentemente à lesão nervosa (dor neuropática). É importante distinguir clinicamente entre os dois tipos de dor, pois o tratamento pode ser diferente. O médico deve estabelecer uma rotina diagnóstica e de tratamento, sendo que a maior parte dos pacientes necessitarão de terapêutica cirúrgica. A prevenção desta condição é de grande importância e pode levar a uma menor incidência da síndrome. Algumas medidas são fundamentais, como evitar pontos ou clipes no periósteo do púbis, usar criteriosamente as próteses e identificar os nervos da região inguinal. Esta última medida é certamente a mais importante na prevenção da dor crônica e implica em conhecimento profundo da anatomia e o uso de uma técnica aprimorada.
INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃOA dor na região inguinal após as hernioplastias é um sintoma comum nas primeiras 24 horas, cede com o uso de analgésicos, diminui progressivamente e desaparece ao final de algumas semanas 1 . Alguns pacientes queixam-se de dor constante ou intermitente com irradiação para os genitais ou porção superomedial da coxa, que os impossibilita de retornar às suas atividades habituais 2 . Os cirurgiões, com 20 ou mais anos de profissão, praticamente não se deparavam com esta situação. Neste período a correção dos defeitos da parede abdominal era realizada de maneira quase artesanal. As operações eram convencionais, e as técnicas de Bassini 3 e Mc Vay 4 , as mais utilizadas. Há pouco mais de 10 anos começamos a observar queixas de dor constante após hernipolastias e em número cada vez mais crescente de publicações médicas. Existe uma certa coincidência com o uso indiscriminado das próteses para a correção destes defeitos da parede abdominal, fato que é negado por muitos autores.Alguns cirurgiões relatam que o uso exagerado do bisturi elétrico, a falta de atenção e a pressa podem determinar lesões nervosas e um maior número de complicações nas hernioplastias.O fato é que se a dor crônica pós-operatória da região inguinal operada não estiver relacionada a esses fatores, poderá ser decorrente da inabilidade dos cirurgiões em identificar e preservar os nervos da região inguinal, já que a lesão nervosa é tida como o principal fator de neuralgia crônica 5 .
ConceitoConceito Conceito Conceito Conceito A dor inguinal crônica pós-herniorrafia é uma síndrome dolorosa, tardia, da região inguinal previamente operada, que se caracteriza por sensação de dor ou parestesia, e que pode se irradiar para os genitais e coxa.
ClassificaçãoClassificação Classificação Classificação Classificação Na dor crônica pós-operatória da região inguinal deve-se distinguir três tipos 1 : dor neuropática ou neurálgi-ca, dor somática, "disejaculação ou deaferentação" A dor neuropática ou neurálgica é a mais i...