Estudantes de pós-graduação vivenciam um ambiente de intensas demandas e cobranças. A pandemia de COVID-19 provocou a suspensão das atividades acadêmicas presenciais, afetando o cotidiano dessas pessoas. O objetivo deste estudo foi analisar o impacto da COVID-19 na saúde mental de estudantes de pós-graduação stricto sensu da área da saúde de uma universidade pública do Ceará, quanto ao padrão de utilização de medicamentos antidepressivos e ansiolítico. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, utilizando um questionário remoto, no período de agosto de 2021 a fevereiro de 2022. Foram coletadas variáveis sócio demográficas, clinicas, sobre uso de medicamentos e dados provenientes de teste “Self-Report Questionnaire”. Participaram do estudo 217 estudantes de mestrado e doutorado, a maioria do sexo feminino (71%), entre 21 e 30 anos (55,3%) e sem filhos (76,5%). Os resultados mostraram um aumento do número de pós-graduandos com sintomas de ansiedade e/ou depressão após a pandemia (23,4%). Entre os principais sintomas destacam-se forte indício de sofrimento mental (60,4%), nervosismo, tensão ou preocupação (77,9%), tristeza (55,3%), dificuldades para realizar atividades diárias com satisfação (55,4%) e cansaço (65%). Estes sintomas foram mais prevalentes entre as mulheres. Em relação ao uso de medicamentos (ansiolíticos/antidepressivos) 38,2% responderam positivamente; 40,9% aumentaram a posologia e 79,5% sentiram reações adversas. Desta forma, a pandemia de COVID-19 provocou efeitos negativos na saúde mental dos pós-graduandos, o que reforça a necessidade de as universidades desenvolverem estratégias de enfrentamento a fim de atenuar o sofrimento emocional desses estudantes.