Introdução: A utilização de medicamentos na gestação, sejam eles prescritos ou não, tornou-se prática comum entre as gestantes. O fenômeno da automedicação aliado a falta de informação pode acarretar riscos potenciais para o feto como malformações fetais, retardo no crescimento e abortamento. Objetivo: Descrever o perfil farmacoepidemiológico e hábitos de vida de gestantes residentes em bairro de extrema pobreza, no município de Maceió/Alagoas. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório descritivo, realizado com gestantes em acompanhamento de pré-natal na Comunidade Espírita Nosso Lar. Os dados foram obtidos a partir de um questionário estruturado aplicado à 32 gestantes. Resultados: A maioria das participantes eram casadas (56,2%), com faixa etária entre 20 a 29 anos (50%), ensino fundamental incompleto, idade gestacional de 14-27 semana e apresentaram relatos de pelo menos uma intercorrência. Em relação aos hábitos de vida, o consumo de álcool, tabaco e drogas foi identificado. A prevalência do uso medicamentos foi de 65,62% e de 50% para automedicação, sendo o paracetamol e dipirona as medicações mais utilizadas para queixa de cefaleia. O uso de ácido fólico e sulfato ferroso foi relatado com prevalência no primeiro trimestre. De acordo com as categorias de risco, segundo a Food and Drug Administration durante a gravidez, houve, predominantemente, o consumo de fármacos pertencentes a categoria C. Conclusão: Os dados revelam elevada frequência de uso de fármacos por gestantes residentes em bairro de extrema pobreza, o que torna imprescindível o desenvolvimento de estratégias e campanhas que visem o uso racional de medicamentos durante a gestação.