Óbitos neonatais de recém-nascidos de baixo peso ao nascer

Abstract

Analisar as principais características dos recém-nascidos de baixo peso ao nascer que foram a óbito em Cuiabá, Mato Grosso. Estudo a partir de uma coorte composta de nascidos vivos com peso ao nascer de 500-2499 gramas que evoluíram ao óbito antes de completarem 28 dias de vida. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos e Sistema de Informação sobre Mortalidade. Dos 3.404 recém-nascidos estudados, 238 evoluíram para o óbito (7,0%). Prevaleceram osóbitos entre os do sexo masculino, com peso entre 500-999 gramas, Apgar < 7 no primeiro e no quinto minuto e com presença de anomalia congênita (p<0,001); com mães com idade menor que 20 anos (p=0,033); que realizaram de uma a seis consultas no pré-natal (p=<0,001). Os resultados mostraram que os óbitos neonatais se relacionaram com a qualidade da atenção obstétrica e neonatal, por se tratarem majoritariamente de mortes evitáveis.

O que as pesquisas revelam sobre a saúde no Brasil

“…Este índice é apenas mais um instrumento utilizado pelo enfermeiro ou pelo médico neonatologista, que recebe o bebê na sala de parto para descrever qual o progresso de ajuste do RN ao meio extrauterino. Mas apanhar um bebê ao nascer exige uma avaliação cuidadosa do estado geral do mesmo, sendo o escore de Apgar mais uma ferramenta (GAÍVA et al 2018).…”

Mortalidade neonatal precoce por causas evitáveis na região do cariri / Early neonatal mortality due to avoidable causes in the cariri region

“…Desse modo, é possível considerar a ocorrência de um evento sentinela, que se dá por meio de um processo inesperado/indesejado dentro de uma unidade hospitalar que infere na qualidade do cuidado prestado. Essa realidade está diretamente relacionada a assistência desempenhada ao nascimento e parto (GAÍVA et al, 2018).…”

“…A visibilidade dos óbitos em recém-nascidos e aos preocupantes índices de mortalidade materna, se deu há quase três décadas, constituindo uma base responsável pela inclusão das estratégias de organização da atenção à gestante e ao recém-nascido na agenda de prioridades das políticas de saúde. Contudo, ainda existem barreiras que dificultam o acesso aos serviços de maior complexidade, por deficiência da sua oferta, o que também está associado a quantidade e a qualidade de recursos humanos (GAÍVA et al, 2018).…”

Mortalidade perinatal: comportamento em um município de grande porte

“…Com relação à distribuição dos óbitos neonatais precoces por peso ao nascer, dos 815 óbitos ocorridos no MSP em 2018, praticamente 48% destes foram de neonatos de extremo baixo peso, resultado superior ao de óbito fetal (32,4%) e coincidente com outros estudos realizados no país (SOUZA et al, 2018;GAÍVA et al, 2018;CARDOSO et al, 2013;ALMEIDA et al, 2011b). Observam-se, ainda, valores similares de óbito entre os neonatos de peso adequado e de com peso entre 1500g a 2499g.…”

“…No tocante ao óbito dos neonatos com peso entre 1500g a 2499g, 54,0% dos óbitos ocorreram por causas não claramente evitáveis, seguido de atenção à mulher na gestação, atenção ao feto e ao recém-nascido e atenção à mulher no parto. A literatura aponta que o baixo peso ao nascer pode estar relacionado tanto ao parto prematuro (76% no estudo) como à restrição de crescimento intrauterino, ou da relação entre ambas as situações, além da inadequada atenção prestada aos recém-nascidos (GAÍVA et al, 2018;RÊGO, 2018;CASTRO et al, 2016;BERHAN, 2014;NASCIMENTO et al, 2012).…”