O presente artigo tem por objetivo analisar relatos e experiências de mães que sofreram violência obstétrica na Paraíba (Brasil). Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa desenvolvida com 12 mulheres acompanhadas pela Rede de Apoio Amorddoula no município de Patos – Paraíba. Para seleção das participantes, utilizou-se o critério de saturação teórica, foi utilizado um roteiro de entrevista em profundidade e os relatos foram analisados a partir da abordagem fenomenológica e o trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos. A partir dos relatos é possível afirmar que a violência obstétrica é um importante tema de saúde pública e para a saúde da mulher e da criança no Brasil e que afeta diversas mulheres ao redor do mundo e possui suas raízes relacionadas com a violência contra a mulher no geral, perpetuando-se até na esfera de saúde. É um tema importante para a formação dos profissionais e gestores de saúde, tendo em vista a necessidade de mudança e de melhorias das práticas assistenciais e do sistema de atenção ao parto e ao nascimento. A criação de legislação para proteger as mulheres contra a violência obstétrica, o reconhecimento de seu direito a um atendimento livre de violência e o direito a autonomia sobre seus corpos devem ser garantidos. Tal problemática deve ser considerada uma violação dos direitos humanos e da mulher e deve ser cabível de pena perante à lei, desde o pagamento de multas, indenizações, processos disciplinares, afastamento de profissionais incapacitados e condenações pelos atos cometidos.